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12/08/2024 18:51

Mãe acusa médico de agredir filho até a morte em hospital: 'meu filho foi assassinado'

Hospital informou que paciente atacou profissionais, que adotaram 'medidas de proteção. Polícia investiga o caso

12/08/2024 às 18:51 | Atualizado 12/08/2024 às 18:57 Elizeu Ribeiro
Polícia investiga a morte do jovem Richard, de 20 anos - Arquivo pessoal

Um médico do Hospital Municipal Lourenço Jorge, está sendo acusado pela morte do jovem Richard Ferreira da Cruz, de 20 anos, que ocorreu no último domingo (11), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A mãe do rapaz diz que a morte foi causada pelas agressões do profissional dentro da unidade de saúde.

Conforme o G1, Richard deu entrada no hospital no sábado (10) à noite após ser encontrado no chão, na rua, com um ferimento de faca no pescoço em frente a um supermercado. Ele carregava duas sacolas de compras.

Segundo a mãe dele, Alessandra Ferreira da Silva, o jovem já estava "estabilizado" quando se desentendeu com a equipe médica e foi atingido por um soco do médico no local ferido. O hospital diz que profissionais agiram com 'medidas de proteção' após serem atacados e que a morte foi causada por ferimento anterior do paciente.

Ainda conforme o G1, Alessandra contou que o filho já tinha recebido atendimento e estava no quarto quando a família recebeu uma ligação do hospital, no início da madrugada de domingo, informando que o filho estava muito agitado.

Ela disse que foi ao local e explicou para a equipe do plantão que o filho sofria de depressão e bipolaridade. A mãe contou que pediu que o filho fosse sedado, momento em que, segundo ela, o jovem levantou da cama e disse que iria embora.

À polícia, ela relatou que uma enfermeira advertiu que ele precisava ficar deitado. Em seguida, segundo a mãe, um médico gritou com o paciente de forma agressiva, dizendo que ele não podia se comportar daquela maneira. Ainda segundo ela, o filho foi, então, na direção do médico, que o teria agredido com chutes e socos, reabrindo a ferida causada pela facada.

"Meu filho foi assassinado", acusou a mãe.

"[O médico] começou a dar golpes e pegou o meu filho duas vezes [...]. Um deles [um soco] pegou e acertou em cheio a veia", disse.

Depois da agressão, o paciente começou a sangrar e foi levado para a sala vermelha. Após ser retirada da sala, Alessandra foi para a delegacia registrar ocorrência da agressão. Quando voltou para o hospital, algumas horas depois, foi informada que o filho estava morto.

"Ele já estava estabilizado. Essas agressões todas foram a causa da morte do meu filho", disse Alessandra.

A mãe ainda disse ter tentado impedir a agressão, mas afirmou que foi ameaçada pelo médico.
Em nota, o hospital afirma que Richard atacou os profissionais de saúde, que precisaram adotar "medidas de proteção". Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ferimentos prévios por uma "arma branca" causaram a morte. A identidade do médico não foi divulgada.

"É importante destacar que o paciente se apresentava agitado e agressivo e, conforme o relato da equipe de plantão, ele atacou os profissionais de saúde, que precisaram adotar medidas de proteção até conseguir contê-lo e encaminhá-lo à sala vermelha. Devido ao intenso sangramento, o paciente não resistiu e, infelizmente, veio a óbito", diz o texto.

O caso foi registrado pela 16ª DP (Barra da Tijuca), mas está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.

Íntegra da nota da Secretaria Municipal de Saúde:

“A direção do Hospital Municipal Lourenço Jorge (HMLJ) esclarece que, na noite deste sábado (10), por volta das 21h30, o paciente deu entrada na unidade trazido pelo Corpo de Bombeiros após sofrer lesão por arma branca com sangramento intenso. É importante destacar que o paciente se apresentava agitado e agressivo e, conforme o relato da equipe de plantão, ele atacou os profissionais de saúde, que precisaram adotar medidas de proteção até conseguir contê-lo e encaminhá-lo à sala vermelha. Devido ao intenso sangramento, o paciente não resistiu e, infelizmente, veio a óbito. Por se tratar de caso de violência - ferimento por arma branca, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e a situação foi comunicada à polícia para investigação.”