11/08/2024 09:34
Onça-pintada 'Gaia', filha da Esperança, morre em incêndios no Pantanal
O felino era monitorado pela ONG Onçafari e vivia na região da fazenda Caiman, em Miranda
As queimadas do Pantanal sul-mato-grossense deixaram um rastro de destruição e vitimaram diversos animais, dentre eles, a Onça-pintada ‘Gaia’, símbolo da região pantaneira e que vivia na região da fazenda Caiman, em Miranda - distante a 212 quilômetros de Campo Grande.
A morte do felino foi confirmada nas redes sociais do Onçafari, instituição que trabalha na preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás.
“É com grande tristeza que nos despedimos da Gaia, uma das onças monitoradas pelo Onçasafari, conhecida pela equipe desde o nascimento. Infelizmente, o fogo interrompeu essa linda jornada e é impossível não sentir profundamente a sua perda”, dizia a publicação feita pela instituição.
Em entrevista para o blog Conexão Planeta, a bióloga Lilian Elaine Rampim, contou um pouco sobre a morte da onça-pintada Gaia.
“A gente perdeu a Gaia. Ela era uma onça absolutamente especial, filha da Esperança, outra onça absolutamente marcante na história do Onçafari. A Gaia não teve tempo de se salvar do fogo.
Infelizmente ele veio com muita intensidade, absolutamente cruel, lambendo tudo”, contou a coordenadora dos biólogos da ONG. “E eu queria só prestar essa homenagem a ela, essa onça incrível que nasceu em 2013… Ela gerou pelo menos quatro filhotes que a gente saiba. Ela foi uma mãe incrível, uma avó incrível. Ela deslumbrou centenas de hóspedes que visitaram a gente aqui ao longo desses anos.”
Lili revelou ainda que Gaia era muito leve e hábil, e frequentemente, era vista no alto das árvores.
“Foi um prazer acompanhar a jornada dela. Ela era incrível e a gente vai sentir muita saudade. A boa notícia é que ela gerou um monte de descendentes na vida dela aqui e a gente tem que continuar”, finaliza Lili chorando.
As queimadas no Pantanal têm sido uma preocupação constante. De janeiro até agora, quase 1,5 milhão de hectares foram consumidos pelo fogo, segundo levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ).