há 4 meses
'Me sinto um lixo por não salvar minha filha', desabafa pai de jovem queimada em Rio Negro
Damião Souza Rocha forjou incêndio e matou esposa em julho de 2022
Abalado durante o julgamento pelo assassinato da filha, Pâmela Oliveira da Silva, de 27 anos, o pai da vítima chorou de desabafou sobre não conseguir salvar a filha. Pâmela foi assassinada e queimada pelo marido, Damião Souza Rocha, em agosto de 2022, quando ele tentou forjar um suicídio.
"Me sinto um inútil por não ter salvado minha filha. Espero que seja feita a justiça. Ninguém merece o que a Pâmela passou, nem bicho a gente faz isso", desabafa o pai durante o julgamento nesta quinta-feira (1°).
Segundo a família, Pâmela foi morar com Damião quando ela tinha 16 anos.
O caso aconteceu no dia 21 de julho do ano passado, na cidade de Rochedo. Inicialmente, Damião chegou a ir na delegacia e forjou a história de que a esposa teria ateado fogo em si e colocado fogo na residência onde moravam.
Pâmela morreu no dia 22 de agosto de 2023, logo após ficar cerca de um mês internada na Santa Casa de Campo Grande. O laudo necroscópico apontou que a vítima apresentou queimaduras de 2° e 3° em 80% do corpo, além de ferimento de 4° grau na mão esquerda.
A 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Campo Grande concedeu, na época uma medida protetiva para a irmã de Pâmela e os filhos do autor, de 6 e 10 anos. A medida foi solicitada após Damião ameaçar a cunhada, no dia da morte da mulher, na Santa Casa.
No julgamento, Damião chegou ao fórum livre e de mãos dadas com a nova companheira.
Chorando muito, a irmã de Pamela, Cintya, precisou ser acalmada antes de dar depoimento. Ela contou que desde o começo os médicos suspeitavam que não era uma tentativa de suicídio e sim de feminicídio.
Quem esteve presente no fórum pode ver a atual esposa do autor com o pai dele rindo durante o julgamento.
Crime na frente dos filhos
Damião Souza Rocha jogou gasolina e colocou fogo no corpo da esposa na frente dos filhos.
A filha do casal, de 10 anos, contou para a tia que o pai colocou fogo na mãe. A menina disse que não podia contar isso para ninguém, para evitar a prisão do genitor.