Batayporã

01/08/2024 15:00

Idoso com traumatismo craniano está há 4 dias na espera de UTI em Nova Andradina

Secretaria de Saúde já negou por 8 vezes a transferência, alegando falta de vagas

01/08/2024 às 15:00 | Atualizado 01/08/2024 às 17:02 Felipe Dias
Antônio espera a transferência para um centro médico especializado - Arquivo / Família

Morador de Batayporã, Antônio Freitas Pedroso, conhecido como "Catita", de 72 anos, enfrenta uma batalha pela vida no Hospital Regional de Nova Andradina. Ele sofreu uma queda na rua no domingo (28), sofrendo ferimentos graves na cabeça. Desde então, ele espera a transferência para um centro médico especializado.

Devido ao impacto no chão, Antônio foi diagnosticado com traumatismo craniano e focos de hemorragia. O estado de saúde se agravou, exigindo atendimento especializado urgente, mas a transferência para um centro médico apropriado foi negada pelo Estado, apesar de haver uma determinação judicial exigindo a remoção imediata.

A família de Antônio, em desespero, buscou ajuda do Nova News para denunciar a situação e pedir providências das autoridades. "Catita" foi inicialmente atendido no pronto-socorro Municipal de Batayporã, mas devido à gravidade do quadro, foi transferido para Nova Andradina.

No entanto, a ausência de leitos na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) obrigou o hospital a mantê-lo na emergência, onde o estado de saúde piorou gradualmente. Desde então, seis pedidos de transferência feitos pela unidade hospitalar foram negados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), sob a alegação de indisponibilidade de vagas.

Márcio Pegoraro, diretor do Hospital Regional, confirmou o impasse e a gravidade da situação. "Estamos solicitando a transferência desde domingo e não estamos conseguindo por falta de leito. Passei a situação para o Estado e estou aguardando", relata.

Em resposta à inércia do Estado, a família recorreu ao Poder Judiciário, que na terça-feira (30) deferiu uma tutela de urgência, obrigando o Estado a providenciar a transferência de Antônio em até 24 horas, seja para um centro especializado conveniado ao SUS, seja para uma unidade privada com custeio integral pelo Estado. Contudo, até a manhã desta quinta-feira (1º), a ordem judicial ainda não havia sido cumprida.

Beatriz, uma das filhas de Antônio, expressou a frustração da família com o descaso das autoridades. Ela ressaltou que, apesar do bom atendimento recebido no pronto-socorro de Batayporã e no Hospital Regional de Nova Andradina, a falta de ação do Estado deixou a família em um estado de total indignação e desespero.

"A ordem judicial já foi rejeitada pelo Estado por pelo menos duas vezes. Somando-se as negativas dos pedidos do hospital, já são pelo menos oito recusas. O que acontece é revoltante. O cidadão luta a vida inteira, trabalha, paga impostos e, quando precisa, lhe é negado um dos direitos mais básicos, que é a assistência adequada na área da saúde", declara indignada.