Campo Grande

26/07/2024 07:00

Com corpo tomado por feridas, paciente com lúpus aguarda há 5 meses por tratamento em Campo Grande

Venderora procurou a rede pública, mas descobriu que está em classificação azul

26/07/2024 às 07:00 | Atualizado 26/07/2024 às 09:19 Dayane Medina
Letícia tem feridas nas pernas, pescoço, mãos e até nos seios - Repórter Top

Há 5 meses esperando tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a vendedora Letícia da Silva Costa, 28 anos, passa momentos difíceis com feridas espalhadas pelo corpo por conta do lúpus. Afastada do serviço por não ter condições de vestir uma calça, a mulher procurou a secretaria e descobriu que está na classificação azul, de pouco risco, em Campo Grande.

A descoberta da doença aconteceu em novembro de 2023, mas desde fevereiro Letícia tenta uma consulta com especialista na rede pública e até hoje não conseguiu. Sem condições de pagar consultas particulares, ela precisa passar por um dermatologista que possa medicá-la ou orientá-la a tratar de forma adequada a doença.

"Tenho um bebê de 1 ano e 2 meses, as feridas saem por todo meu corpo, incluindo nos meus seios, dificultando a amamentação", explica.

Segundo a vendedora, assim que notou as primeiras feridas, acreditando que fosse alguma alergia na pele, pagou por uma consulta particular e descobriu o lúpus.

"Fiz biópsia e saiu o resultado, mas não tive condições financeiras de continuar o tratamento pelo privado, procurei a UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Vida Nova, passei pelo clínico e ele fez um pedido de consulta com especialista que nunca saiu", conta ao TopMídiaNews.

Letícia esperou um tempo, mas como viu a demora no retorno decidiu procurar a unidade novamente até descobrir que mesmo com o pedido de urgência do clínico sobre seu caso, ela entrou no sistema com classificação azul. "Azul é a que mais demora, e estou com corpo tomado de feridas, me afastei do serviço, pois não consigo vestir uma roupa, fico com a pele dormente e muitas vezes enfraquecida e me dizem que não é sério", desabafa.

A vendedora chegou a procurar a sede da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), mas, segundo ela, a responsabilidade foi devolvida a unidade de saúde onde se consultou.

"Eu não quero ficar no meio desse jogo de empurra, um manda procurar a Sesau, a Sesau manda procurar o posto de novo, eu só preciso consultar e tratar", rebate a paciente.

A jovem está com feridas severas nas duas pernas, nas mãos, pescoço e até nos seios.

A reportagem entrou em contato com a Sesau para verificar o caso da paciente e qual a classificação adequada no caso dela e aguarda retorno.