25/07/2024 11:00
Filho agradece apoio em velório de oficial carbonizado: 'alento no momento difícil'
Gesualdo Xavier foi assassinado e carbonizado, na BR-163, em Dourados
Familiares se despediram nesta quarta-feira (24), do oficial de Justiça Gesualdo Xavier, conhecido como "Xaxá", em Dourados — a 221 quilômetros de Campo Grande (MS).
Pelas redes sociais, o filho mais velho agradeceu o apoio durante o velório da vítima encontrada carbonizada, na BR-163.
"Gostaria de expressar minha profunda gratidão pelo apoio recebido durante o velório do meu querido pai. A presença de vocês e as mensagens de conforto foram alento em um momento tão difícil", escreveu o rapaz em uma rede social.
Letícia Vieira Pires, 27 anos, está presa pelo assassinato de Gesualdo. Conforme informações obtidas pelo site Dourados Informa, inicialmente Letícia negou o crime, mas depois confessou ter matado Gesualdo e ateado fogo no corpo.
O oficial de Justiça foi encontrado parcialmente carbonizado no fim da tarde desta terça-feira (23), próximo a BR-163, entre Dourados e Douradina.
Em coletiva de imprensa, o delegado Erasmo Cubas, responsável pelo SIG (Setor de Investigação Geral), revelou detalhes sobre o caso.
Cubas explicou que Letícia agiu sozinha na execução do crime. Ele afirma que as investigações começaram a apontar para Letícia quando a família de Gesualdo registrou o desaparecimento.
A família mencionou que ele estava envolvido em transações comerciais com ela, especialmente relacionadas à venda de carros e imóveis. Além disso, Letícia foi a última pessoa a ser vista com a vítima.
Detida na manhã de terça-feira para prestar depoimento, a suspeita inicialmente afirmou que mantinha um relacionamento extraconjugal com Gesualdo e que, após uma discussão, perdeu o contato com ele.
Entretanto, a polícia não encontrou nenhuma evidência nas mensagens de celular que confirmasse tal relação amorosa. Cubas destacou ainda que outro ponto de atenção foram os hematomas no corpo de Letícia.
Com o apoio da PRF, a polícia obteve imagens que mostravam o veículo de Gesualdo saindo de Dourados na segunda-feira e retornando à noite por um trajeto incomum, o que levantou ainda mais suspeitas.
Na tarde de terça-feira, a CCR MSVia, concessionária responsável pela rodovia federal, informou sobre um corpo carbonizado encontrado na BR-163, posteriormente identificado como de Gesualdo.
Durante as buscas na conveniência e na casa de Letícia, a polícia encontrou uma mochila contendo roupas dela, manchadas de sangue, um celular da vítima, uma corrente de ouro e uma carteira com vários cartões de crédito.
Na ação, a polícia também encontrou o carro de Gesualdo, em um estacionamento na região central da cidade. Confrontada com as evidências, ela confessou o crime, alegando que não foi premeditado e que agiu no “calor da emoção” durante uma briga.
No entanto, o delegado Cubas afirmou que as investigações indicam claramente uma ação premeditada. "Para a polícia, não há dúvidas de que ela planejou o crime e agiu sozinha na execução, atacando Gesualdo com uma faca, retirando o corpo do carro e incendiando-o".
"Ela deixou muitas evidências que revelaram toda a dinâmica do crime. Ela criou essa situação de compra de apartamento em Campo Grande e se preparou para tirar a vida dele", explicou Cubas.
Letícia teria atraído Gesualdo até Campo Grande sob o pretexto de vender um apartamento. Ela já estava de posse de R$ 84 mil, transferidos via Pix por uma garagem de veículos pela venda de uma caminhonete pertencente à vítima.
A polícia afirma que a motivação do crime foi financeira, e segue as investigações para saber se foi por pressão para quitar dívidas que ela tinha com ele ou para se apropriar do dinheiro da venda do veículo.
“Apesar de Letícia ter ficado com a corrente de ouro e os cartões de crédito, ainda não é suficiente para caracterizar latrocínio. Porém, se ficar comprovado que ela matou para ficar com o dinheiro que estava em sua conta, ela será indiciada por esse crime”, afirmou Erasmo Cubas.
Letícia permanece detida e deve passar por audiência de custódia ainda nesta quarta-feira para a Justiça decidir pela liberdade provisória ou prisão preventiva da suspeita. As investigações continuam em andamento para esclarecer todos os detalhes do crime.