12/07/2024 16:08
PF revela 'laranjal' usado por Waldir Neves para ter casas de luxo em Campo Grande
Defesa nega que conselheiro afastado do TCE tenha sido alvo da polícia
Operação Casa de Ouro mostrou que o conselheiro afastado do TCE-MS, Waldir Neves, usava uma rede de empresas e pessoas como ''laranjas'' para desviar dinheiro público e adquirir imóveis de luxo em Campo Grande. A investida da Polícia Federal ocorreu na quarta-feira (10) e por pouco o ex-presidente da Corte não foi preso.
O TopMídiaNews acessou relatório que embasou as decisões do ministro Francisco Falcão, do STJ e autorizou busca e apreensão e quebras de sigilo contra investigados. Em resumo, o esquema mostrado pela PF começou com contratos entre o TCE e empresas, fruto de licitações fraudadas e direcionadas. Isso tudo na gestão de Neves à frente da Corte de Contas.
Ainda segundo a apuração, as empresas como Dataeasy Consultoria e Informática LTDA, a Docsys Tecnologia, Docsysnet Gestão Eletrônica e OML2, pouco ou nada executavam os serviços contratados. Foi dito que as empresas receberam para implantar um software no Tribunal, algo nunca ocorrido. Os objetos dos contratos eram genéricos, diz a investigação.
Waldir Neves comprava imóveis com dinheiro fruto de desvio no TCE (Foto: reprodução PF)
Na sequência, as empresas enviaram o dinheiro a terceiros, formando uma corrente de laranjas até chegar em Waldir Neves. O grande detalhe da história é que o então presidente da Corte tinha de deixar os bens conquistados criminosamente em nome de outras pessoas. Isso para fugir dos órgãos de controle como Receita Federal.
A investigação descobriu que o empresário Sérgio da Costa Correia, dono da Docsysnet fazia transferências de dinheiro recorrentes a membros da família Cappi, onde um deles, Milton Cappi, era dono da loja Eletro Móveis. Ele justificou que era pagamento de empréstimo, mas a PF seguiu o rastro e descobriu que a loja era usada para converter o dinheiro em conta em espécie e garantir a propina da membros do Tribunal, inclusive Waldir Neves.
O advogado de Waldir Neves, Ronaldo Souza Franco, negou que o cliente tenha a ver com a transação apontada pela PF. Garantiu que a PF não visitou nenhum endereço ligado a Neves e sim cinco empresários, que o cliente dele diz desconhecer.
''O meu cliente teve a prisão pedida, só isso, mas foi negada pelo ministro'', garantiu Franco. O espaço está aberto aos demais citados.