Campo Grande

há 2 meses

PF revela 'laranjal' usado por Waldir Neves para ter casas de luxo em Campo Grande

Defesa nega que conselheiro afastado do TCE tenha sido alvo da polícia

12/07/2024 às 16:08 | Atualizado 12/07/2024 às 17:52 Thiago de Souza
Defesa nega desvio de dinheiro na Corte - Reprodução TCE-MS

Operação Casa de Ouro mostrou que o conselheiro afastado do TCE-MS, Waldir Neves, usava uma rede de empresas e pessoas como ''laranjas'' para desviar dinheiro público e adquirir imóveis de luxo em Campo Grande. A investida da Polícia Federal ocorreu na quarta-feira (10) e por pouco o ex-presidente da Corte não foi preso. 

O TopMídiaNews acessou relatório que embasou as decisões do ministro Francisco Falcão, do STJ e autorizou busca e apreensão e quebras de sigilo contra investigados. Em resumo, o esquema mostrado pela PF começou com contratos entre o TCE e empresas, fruto de licitações fraudadas e direcionadas. Isso tudo na gestão de Neves à frente da Corte de Contas. 

Ainda segundo a apuração, as empresas como Dataeasy Consultoria e Informática LTDA, a Docsys Tecnologia, Docsysnet Gestão Eletrônica e OML2, pouco ou nada executavam os serviços contratados. Foi dito que as empresas receberam para implantar um software no Tribunal, algo nunca ocorrido. Os objetos dos contratos eram genéricos, diz a investigação.  

Waldir Neves comprava imóveis com dinheiro fruto de desvio no TCE (Foto: reprodução PF)

Na sequência, as empresas enviaram o dinheiro a terceiros, formando uma corrente de laranjas até chegar em Waldir Neves. O grande detalhe da história é que o então presidente da Corte tinha de deixar os bens conquistados criminosamente em nome de outras pessoas. Isso para fugir dos órgãos de controle como Receita Federal. 

A investigação descobriu que o empresário Sérgio da Costa Correia, dono da Docsysnet fazia transferências de dinheiro recorrentes a membros da família Cappi, onde um deles, Milton Cappi, era dono da loja Eletro Móveis. Ele justificou que era pagamento de empréstimo, mas a PF seguiu o rastro e descobriu que a loja era usada para converter o dinheiro em conta em espécie e garantir a propina da membros do Tribunal, inclusive Waldir Neves.   

O advogado de Waldir Neves, Ronaldo Souza Franco, negou que o cliente tenha a ver com a transação apontada pela PF. Garantiu que a PF não visitou nenhum endereço ligado a Neves e sim cinco empresários, que o cliente dele diz desconhecer. 

''O meu cliente teve a prisão pedida, só isso, mas foi negada pelo ministro'', garantiu Franco. O espaço está aberto aos demais citados.