Pantanal

há 4 meses

Após 101 dias de operação, Governo de MS anuncia fim dos focos de incêndios no Pantanal

Equipe, no entanto, segue trabalho intenso para fazer o rescaldo e evitar o retorno do fogo

11/07/2024 às 12:46 | Atualizado 11/07/2024 às 12:59 Felipe Dias
Desde o começo do ano até 9 de julho, 594 mil hectares foram queimados no Pantanal sul-mato-grossense - Álvaro Rezende/GovMS

Com o controle do único foco de calor ativo, localizado na região do Paraguai Mirim, neste momento não há nenhum incêndio florestal no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (11) durante transmissão ao vivo pela internet com atualização de dados sobre o combate ao fogo.

O cenário atual é resultado do trabalho intenso coordenado pelo Governo do Estado envolvendo militares e brigadistas por terra, água e ar, aliado as condições climáticas favoráveis.

"O satélite tem uma base de captura acima de 47ºC, então mesmo não havendo incêndios hoje no Pantanal sul-mato-grossense a gente faz as atividades de monitoramento e rescaldo", explica a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul. 

A preocupação agora é com a queima lenta dentro das áreas queimadas em troncos de árvores, por exemplo. É preciso fazer o rescaldo para evitar a reignição.

"Apesar de uma massa de ar frio ter chegado esta semana favorecendo as condições de combate, diminuindo a temperatura e aumentando a umidade relativa do ar, as nossas equipes combateram os incêndios até a extinção, mas a tendência é que nos próximos dias as temperaturas voltem a se elevar, a umidade relativa do ar diminua e podemos ter mais uma vez uma sequência de incêndios no bioma", alerta a tenente-coronel. 

Ainda durante a live, a coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), Valesca Fernandes, detalhou a previsão e disse que não deve chover nos próximos dias no Pantanal, com exceção da região de Porto Murtinho.

Até sábado o tempo fica firme com sol e variação de nebulosidade com temperaturas entre 11ºC e 23°C. Na semana que vem os termômetros sobem gradativamente atingindo máxima de 34ºC e a umidade fica entre 10% e 30%, ou seja, as condições voltam ser favoráveis aos incêndios. 

Todas as regiões do Pantanal seguem em constante monitoramento com uso de drones e pela Sala de Situação em Campo Grande.

Área queimada

Desde o começo do ano até 9 de julho, 594 mil hectares foram queimados no Pantanal sul-mato-grossense, o que corresponde a 6% do total de 9 milhões de hectares da região pantaneira no Estado.

O aumento chega a 159% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 229,4 mil hectares - considerada até então, a pior temporada de incêndios. Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Os focos de calor detectados via satélite chegam a 3.098 de janeiro até 9 de julho, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais). Aumento de 46,8% em relação ao mesmo período de 2020, quando houve 2.111 registros.

Estrutura

Já são 101 dias de Operação Pantanal 2024, período que já contou com a atuação de 516 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul. O mobilização de pessoal tem o apoio do Ibama, ICMbio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas. Mais de 400 integrantes que se revezam no combate de acordo com o planejamento das ações.

Ao todo 11 aeronaves são usadas no combate ao fogo, incluindo Air Tractors, helicópteros e o cargueiro KC-390 dos Governos Estadual e Federal. A estrutura ainda conta com 39 veículos, entre caminhonetes, caminhões e lanchas. Lembrando que a estrutura é usada de acordo com a demanda diária.