Polícia

há 2 meses

Secretário mantido por Marcelo Iunes pede demissão após duas ações da PF em Corumbá

Irmão do prefeito também foi alvo da primeira investida policial por fraude

09/07/2024 às 09:32 | Atualizado 09/07/2024 às 09:35 Thiago de Souza
Secretário pediu demissão em Corumbá - Anderson Gallo - arquivo - Diário Corumbaense

Secretário de Infraestrutura de Corumbá, Ricardo Campos Ametlla pediu demissão do cargo, nesta segunda-feira (8). Ele era mantido no cargo pelo prefeito Marcelo Iunes, mesmo após duas operações da Polícia Federal por fraudes em licitações. 

A demissão consta em Diário Oficial de Corumbá, edição desta terça-feira (9). Ametlla foi alvo da PF ainda em 2020, no âmbito da Operação Offset. No esquema criminoso, diz a PF, um grupo formado por Ricardo, Márcio Iunes, que é irmão de Marcelo Iunes, servidores e empresários desviavam recursos da prefeitura local. 

Ainda segundo a apuração, a captação ilícita de valores da prefeitura se dava por meio de contratos com uma empresa de engenheira com sede na Capital. À época, em outubro de 2020, foram encontrados R$ 44 mil em dinheiro vivo durante os mandados de busca e apreensão. 

Ricardo Ametlla teve computadores e celulares apreendidos, tanto na secretaria quanto em casa. Apesar da investida da polícia, ele foi mantido no cargo por Marcelo Iunes até esta segunda-feira. 

João Romão 

O nome da segunda operação da PF se refere a um personagem do livro ‘’O Cortiço’’, de Aluísio Azevedo. Trata-se de um taverneiro português e dono de um cortiço, que representava a figura de um capitalista explorador.  

A investigação João Romão, em conjunto com a Controladoria-Geral da União, a CGU, bota Ametlla como suspeito de constituir empresas para vencer licitações. Os contratos com o município, diz apuração prévia, somam R$ 12 milhões. 52 agentes cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em Corumbá e Campo Grande, todos expedidos pela Justiça Federal.

O espaço está aberto a todos os citados na matéria. O advogado André Borges, que defende Ricardo, deixou a seguinte nota: 

''Ricardo deixa importante legado na secretaria que comandou; e agora passa a se dedicar à defesa, que, no momento oportuno, demonstrará que nada houve de errado; a todos se deve garantir a presunção de inocência; o Judiciário saberá apurar o que é verdade de meras narrativas''.