26/06/2024 15:00
Terapia de 4 patas: doguinhos fazem visitas a hospitais em Campo Grande (vídeo)
A terapia assistida por animais ajuda no tratamento e na recuperação de pacientes
Na última semana, quem passou pelos corredores da Santa Casa e do Hospital Universitário de Campo Grande se deparou com uma visita para lá de especial. As instituições de saúde receberam cães terapeutas em visita aos pacientes internados.
As visitas foram realizadas pelo grupo Terapia com Patas, fundado pela estudante de psicologia Keila Oliveira e pela estudante de veterinária Titto Reis. O grupo conta com a ajuda de 10 voluntários que se revezam nas atividades.
O grupo de "terapeutas animais" inclui, o shitzu mini Zili, o galgo inglês Flik, a cocker spaniel Lôla e o veadeiro-pampeano Caiçara. A presença dos cães tem proporcionado um clima de bem-estar e conforto tanto para os pacientes quanto para os funcionários dos hospitais.
Na Santa Casa, adultos ou crianças, quem passava pela Lôla não hesitava em fazer um carinho nos pelos dourados da cadela. Meiga e dócil, Lôla fica visivelmente feliz em visitar os novos amigos.
A médica veterinária e tutora do animal, Thaís Dembogurski, conta que desde quando a adotou percebeu a docilidade da cadela. "Ela sempre foi boazinha, está sempre perto de mim e é obediente. Fiquei muito contente quando fui chamada para participar do projeto com ela", conta.
Depois de muito caminhar pelas dependências do hospital, Lôla parou para descansar e se refrescar. Vicente Marchesi, de 7 anos, ficou encantado em oferecer água ao animal. "Gostei muito de passar a mão e dar água para ela. Eu não tenho medo. Ela é mansinha", destacou o menino.
O primeiro dia de Cãoterapia foi de superação para Jorge Jara Meaurio, de 11 anos. Internado na Santa Casa após ter sido atacado por um cachorro da raça Pit Bull, Lôla foi o primeiro animal que a criança teve contato após o susto que levou.
Emocionada, a mãe fala da superação do filho, que teve o braço bastante machucado por conta das mordidas. "Foi um susto enorme. O cachorro da vizinha avançou enquanto ele brincava. Meu filho corria o risco de perder o braço", relembra Benigna Jara.
Já no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), a estrela foi Zili, um cão terapeuta da raça shitzu mini. O animal é tão querido pelos pacientes e funcionários que há quase dois anos ganhou uma pintura colorida na parede da sala de hemodiálise infantil.
Zili já era um rosto familiar no Humap-UFMS, tendo feito inúmeras visitas ao hospital há cerca de dois anos como parte de um projeto universitário voltado para alegrar a rotina dos pacientes, especialmente das crianças. Vestido com uma gravatinha e um chapeuzinho caipira, Zili trouxe alegria ao percorrer a área administrativa e a pediatria do hospital.
A terapia assistida por animais é uma realidade em vários países. O relacionamento entre pacientes e animais influencia no tratamento e na recuperação de quem está internado.
Na Santa Casa as visitas acontecem três vezes na semana e são supervisionadas pela enfermeira das comissões técnicas, Wilca Gregório. "Como o nome diz, eles são terapêuticos. Vemos a alegria em todos quando estão aqui. Todos saem da rotina, pacientes, acompanhantes e os profissionais. Acaba sendo uma terapia onde todos se beneficiam", pontua.
A terapia com cães e outros animais de estimação resulta em benefícios físicos e mentais para os pacientes. Contudo, não é todo cachorro que pode ser um cão terapeuta. "É preciso ser dócil, estar com as vacinas em dia e tomar banho antes de fazer a visita", explica Wilca.
Os animais que participam do projeto são devidamente selecionados e treinados, além de possuírem exames de saúde em dia, explica o Humap-UFMS. Eles também estão sempre acompanhados pelos tutores e integrantes do projeto durante as visitas.
Antes de virem ao hospital, os cães precisam estar de banho tomado e vêm no colo até as dependências para manter a limpeza. Após as visitas os animais também passam por um processo de higienização.