Política

há 4 meses

Bolsonaristas de MS pedem 20 anos de cadeia a quem abortar 'bebê pronto'; Camila critica

Pena por aborto após 22 semanas seria maior que a punição por estupro, de até 12 anos

14/06/2024 às 15:00 | Atualizado 14/06/2024 às 14:48 Thiago de Souza
Luiz Ovando é a favor e Camila contra - Instagram e P.H Carvalho - arquivo

Bolsonaristas de Mato Grosso do Sul celebraram, nesta quinta-feira (13), aprovação do regime de urgência para tramitação de projeto de lei que equipara aborto ilegal após 22 semanas a crime de homicídio. A pena seria de dez anos. 

Os maiores entusiastas do PL 1904/24 são os parlamentares ligados a Jair Bolsonaro, sendo eles Luiz Ovando (Progressistas); Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, ambos do PL. 

Aliás, Ovando, que é médico cardiologista, detalhou que ele é um dos coautores da proposta. 

''É um momento importantíssimo para avançarmos na proteção da vida! Não podemos aceitar que ceifem a vida de bebês inocentes nos ventres de suas mães'', comentou Rodolfo Nogueira. 

Marcos Pollon classificou a aplicação do regime de urgência como uma ''vitória'' e postou uma animação de um feto dentro de um ventre. 

Camila fez dura crítica ao projeto de lei (Foto: Reprodução Instagram)

Críticas

Camila Jara (PT) criticou o projeto pelo Instagram. Ele comentou sobre a notícia de um pai que estuprou a filha internada em leito de UTI em São Paulo. A menina estava ligada a aparelhos sem qualquer chance de defesa. 

''A Câmara deveria se preocupar em proteger nossas crianças, mas quer penalizar a vítima'', refletiu a parlamentar. O comentário da petista leva a uma outra questão: a pena para a gestante estuprada, que abortar após 22 semanas seria maior que a punição pelo crime de estupro, de 6 a 10 anos, podendo chegar a 12 anos se a vítima for menor de 18 anos e maior de 14 anos, segundo a advogada Flávia Pinto Ribeiro, presidente da OAB Mulher Rio de Janeiro, informa a CNN Brasil. 

O texto segue em tramitação na Câmara, mas agora em regime de urgência, ou seja, sem a necessidade de passar pelas câmaras temáticas da Casa. Depois segue para o Senado. O presidente da Casa Alta, Rodrigo Pacheco (PSD) já avisou que o tema será tratado com bastante cautela e sem pressa no Senado. 

Os demais parlamentares de MS questionados não responderam. São eles: Dagoberto Nogueira, Geraldo Resende e Beto Pereira (PSDB) e Vander Loubet (PT). O espaço está aberto às manifestações.