Cidades

09/04/2024 10:05

Bancada de Mato Grosso do Sul se divide entre apoio ao STF ou a Elon Musk

Polêmica começou na sexta-feira e agitou política e o judiciários mundial

09/04/2024 às 10:05 | Atualizado 09/04/2024 às 12:35 Thiago de Souza
Elon Musk lamenta censura e políticos reagem - Reprodução Instagram

Deputada petista do MS e parlamentares bolsonaristas repercutiram a polêmica envolvendo Elon Musk, o dono do antigo Twitter, que fez críticas ao Supremo Tribunal Federal, alegando censura nas redes sociais. 

Camila Jara, que é pré-candidata à prefeita de Campo Grande e deputada federal, comentou no Instagram que ‘’ninguém está acima da lei’’ e que o empresário defende pessoas que usam as redes sociais para espalhar mentiras. 

''Eu que te pergunto, Elon Musk: 'Por que tanta fake news nessa rede?''. 

Bolsonaristas

O deputado federal bolsonarista, Luiz Ovando, também comentou o caso neste domingo (7). Ele postou que ''a censura e a restrição à liberdade de expressão são atos indignos de uma democracia''. 

Ainda segundo o parlamentar, não se pode admitir que uma Corte se sobreponha à Constituição Federal, cerceando o direito fundamental de se manifestar livremente. 

O federal Marcos Pollon entrou na discussão, ainda que discretamente. Ele republicou no Instagram um post de Elon Musk, que prometia detalhar o conteúdo dos pedidos do Tribunal Superior Eleitoral para derrubar contas de jornalistas e ativistas políticos. 

''Eita pega'', exclamou o deputado bolsonarista em tom de surpresa e celebração da ideia do empresário. 

Musk fez denúncias graves contra Moraes (Michael Gonzalez Gettyimages)

Entenda o caso 

A polêmica começou na noite sexta-feira (5), quando Elon Musk, um dos homens mais ricos do planeta, questionou sobre o porquê do ministro do STF,  Alexandre de Moraes, promover tanta "censura" nas plataformas de comunicação. 

O empresário insinuou que não veria problema em ter a rede social fechada no País, já que os princípios estariam à frente do lucro. Ele também ameaçou liberar os perfis bloqueados por ordem do STF contra jornalistas e pessoas comuns, a maioria durante as eleições de 2022. 

Um dos trechos da "denúncia" do dono do X é que a empresa era obrigada a suspender rapidamente perfis e não podia informar o usuário que era por ordem da Justiça e sim por violação dos termos de uso da plataforma. O bilionário reclamou de ameaça de prisão dos funcionários do antigo Twitter no Brasil. 

O caso repercutiu no meio político e da Justiça brasileira. Em resposta, Moraes inseriu Musk, mesmo este não morando no Brasil e não tendo foro privilegiado, no Inquérito das milícias digitais. Também estipulou multa de R$ 100 mil por dia por cada perfil liberado por Musk sem autorização da Justiça. 

Vale destacar que empresas que atuam no Brasil precisam se submeter às leis locais