Política

09/11/2023 15:16

André 'Patrola' faz jus ao apelido e vira alvo do MPE por devastar floresta em Corumbá

Ministério Público abriu oficialmente inquérito para investigar o empreiteiro

09/11/2023 às 15:16 | Atualizado 09/11/2023 às 18:13 Thiago de Souza
André mantém contratos milionários com prefeituras - TCE-MS e rede social

A empresa ALS Logística e Transportes, do empresário André Luiz dos Santos, virou alvo do Ministério Público em Corumbá. Parte da vegetação foi devastada para obras em desacordo com a lei. O detalhe é que a obra de uma estrada passa dentro da fazenda dele no Pantanal. 

Patrola já sabia que seria alvo do MPE desde junho deste ano, quando foi instaurada notícia de fato. No dia 31 de outubro, a Promotora de Justiça Ana Rachel Borges de Figueiredo Nina converteu o procedimento em inquérito civil no dia 31 de outubro. 

Diz o inquérito do MPE que a empresa de Patrola teria devastado cerca de 223 hectares de vegetação nativa, sendo 89,34 há em área de Preservação Permanente e 29,48 há em área de Reserva Legal, além de 102 há em área de Remanescente de Vegetação Nativa. 

O crime ambiental, diz a investigação, teria ocorrido dentro da Fazenda Alegria, que é do empresário André Luiz, em Corumbá, de 22 de março a 27 de novembro de 2022. O detalhe é que André tem contratos para implantação de revestimento primário na Estrada Parque, a MS-228 e por coincidência, a estrada passa pela fazenda dele, a Alegria. 

Devassa 

O empresário já é alvo do Grupo de Atuação Especial Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco. Foi descoberto que outra empreiteira de Andre, a André L. dos Santos LTDA e uma terceira empresa, teriam causado prejuízo de R$ 300 milhões aos cofres de Campo Grande. 

O esquema, diz o MPE, envolvia servidores públicos, secretário municipal, para fraudar licitações, fraudar registros de serviços de locação de máquinas para manutenção de vias não asfaltadas da cidade, além de peculato e corrupção.  

No entanto, foi observado que os serviços não eram prestados, mas inseridos como feitos nas planilhas da prefeitura. Sendo assim, a empresa recebia o combinado em contrato e os moradores ficavam a ver navios. 

André também é acusado de ser laranja de políticos, o que ele nega. A investigações se aprofundam, mas mesmo assim as empresas de Patrola continuam com contrados com prefeitos do MS. 

Não conseguimos contato com a defesa de André Luiz dos Santos. O espaço está aberto.