há 1 ano
Leite diz que não pretende seguir no comando do PSDB e 'indica' Azambuja
Ele disse que ambas as funções, governador e líder da sigla, são praticamente incompatíveis
Após ser apontado para disputar o Palácio do Planalto em 2026, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao final do primeiro ano com uma fórmula de desenvolvimento “antiga” e “defasada” e demonstra “dificuldades de modernizar”. Um dos destaques das falas do político foi Reinaldo Azambuja, reencaminhado hoje (21) ao comando da sigla em Mato Grosso do Sul.
O tucano revelou também que não pretende seguir no comando do PSDB.
Quem terá seu apoio para a sucessão no partido?
Temos Tasso Jereissati, o ex-governador Reinaldo Azambuja do Mato Grosso do Sul (MS), é um case porque ele foi governador duas vezes. Conseguiu eleger seu sucessor, que é um grande quadro, Eduardo Riedel, mais da metade das prefeituras do Estado são administradas pelo PSDB. São Paulo elegeu três deputados federais. MS também elegeu três. Nós elegemos dois pelo RS. A proporção é bem mais.
Segundo o site “O Estadão”, o tucano elogia a capacidade de diálogo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas observa que, do ponto de vista econômico, “a lógica, que é a lógica do PT, tem menos cuidado com o gasto público”.
“Eles fazem um programa habitacional, construção civil aqui, fabricação de veículos ali, mas estruturalmente não dão colaboração numa nova lógica de desenvolvimento econômico sustentável para o País”, afirma. “Vamos caminhando no final deste primeiro ano de governo com uma fórmula de desenvolvimento antiga, parece que tem dificuldades de modernizar.”
Durante uma hora de conversa com o Estadão na última quinta-feira, 19, em que tomou um café preto coado e água sem gás numa cafeteria de São Paulo, Leite admitiu que é legítimo almejar o Planalto. Ele citou, porém, Tancredo Neves — presidente eleito pelo Colégio Eleitoral, em 1985, e que não conseguiu tomar posse —, para dizer que “Presidência é destino”. “Tantos se prepararam para ser presidente e não foram e tem os que não se prepararam e foram.”
Alega que recebeu o voto dos gaúchos para governar o Estado e que ambas as funções são praticamente incompatíveis.
Com palavras moderadas, criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) por querer, segundo ele, legislar na questão da política de drogas, uma discussão que, em seu entender, deve ser do Congresso Nacional. “Acho que esse debate é na seara política”. E concordou que é pertinente a discussão de um mandato para os juízes do Supremo, como querem lideranças do Congresso. “É razoável haver cuidado por que os precedentes que se abrem numa Corte que envolve um número reduzido de pessoas (são 11 ministros) pode gerar instabilidade política também no País.”
Ao falar do PSDB disse que seu trabalho à frente do partido foi o de resgatar o DNA tucano: “Como o PSDB sempre polarizou com o PT, quando ele perdeu essa polarização, e ela passou a ser exercida pelo bolsonarismo, isso gerou uma certa esquizofrenia no partido, uma certa confusão”.