18/07/2023 12:06
Estão jogando cortina de fumaça para desviar foco de assassinato, diz pai de Matheus
"Ontem foi o meu filho inocente. E amanhã?", questionou Paulo Roberto
Participando do júri que investiga a morte de Matheus Coutinho Xavier, 17 anos, o pai Paulo Roberto Xavier alega que a defesa dos réus está tentando jogar cortina de fumaça sobre os fatos. Para ele, isso não afetará a decisão dos jurados, que vão enxergar como a trama se relaciona.
“Eles não sabem o que fazer, estão lançando essa fumaça para poder dissuadir, desviar o foco. Não tem nada a ver com o que eles estão alegando. O fato é o seguinte: mataram um inocente e eles têm que responder por isso. Como eles não têm como justificar esse homicídio cometido contra o meu filho, estão fazendo suposições, trazendo outras conversas para desviar o foco do que realmente importa”, destacou à imprensa.
Questionado sobre o resultado do júri, PX destacou estar confiante. “Eu acredito que haverá uma condenação, com pena máxima, porque o que fizeram é absurdo. Ontem foi o meu filho inocente. E amanhã? Quem será o próximo inocente? Quantas pessoas já não teriam morrido nesses quatro anos em que eles estavam presos?”, enfatizou.
O caso
Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo e Marcelo Rios são julgados como mandantes da morte de Matheus Xavier Coutinho, 17 anos. Ele teria sido assassinado por engano, no lugar do pai, o ex-policial militar Paulo Roberto Xavier.
Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires, o Zezinho, seriam os executores do plano. A briga entre a família Name e Paulo Xavier, também conhecido como PX, ocorreu porque o ex-policial trabalhava para os acusados, mas depois foi fazer segurança para o advogado Antônio Augusto.
A família Name, então liderada por Jamil Name, falecido aos 82 anos, teria rixa com Antônio Augusto por conta da titularidade da Fazenda Figueira, em Bodoquena, que tem alto valor financeiro. Ele fez a transferência da propriedade para Associação das Famílias para Unificação da Paz Mundial.
PX chegou a dizer que foi intimado a deixar a cidade antes da morte de Matheus, por ter se tornado inimigo do clã Name. Durante a investigação, os policiais descobriram que um técnico de informática atuou como ''hacker'' e ajudou a monitorar Paulo Roberto em tempo real por vários dias.
No final da tarde de 9 de abril de 2019, os executores viram uma caminhonete S-10 sair da garagem da casa e abriram fogo, inclusive com uma metralhadora AK-47. Ao invés do pai, Matheus dirigia o veículo para buscar o irmão na escola.
O rapaz foi baleado e socorrido por Paulo Roberto. Ele viu uma equipe do Corpo de Bombeiros atendendo um acidente de trânsito na Avenida Mato Grosso e gritou por socorro. Matheus foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu.
Mais três réus deveriam participar do julgamento. Jamilson Name, que morreu no Presídio Federal de Mossoró, RN, por problemas de saúde, e Zezinho, que faleceu em confronto policial. Juanil é considerado foragido.
A acusação é formada pelos promotores Luciana do Amaral Rabelo, Moisés Casarotto, Gerson Eduardo de Araújo e Douglas Oldegardo. Mãe de Matheus, a advogada Cristiane Almeida Coutinho atua como assistente de acusação no processo.