08/07/2023 15:50
Sepultamento de Hugo comove Sete Quedas e longo cortejo é realizado em última homenagem
A cidade de 10 mil habitantes parou para participar dos atos fúnebres; Hugo foi morto e esquartejado
O sepultamento do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19 anos, nessa sexta-feira (7), em Sete Quedas, cidade do interior a 417 km de Campo Grande foi marcado pela comoção e cortejo emocionante. Hugo foi assassinado a tiros e teve o corpo esquartejado em pequenos pedaços, um crime que chocou a comunidade local.
Após o velório, um grande cortejo com carro de som percorreu os principais pontos de Sete Quedas. A família se despediu com muita dor pela perda tão brutal.
Até mesmo o prefeito da cidade, Francisco Piroli (PSDB), acompanhou o cortejo e o sepultamento de Hugo, no Cemitério Municipal.
Vídeo:
Desovou o corpo
Cleiton Torres Vobeto, conhecido como ''Maninho'', é um dos suspeitos de desovar o corpo do jogador Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, em 25 de junho, em Sete Quedas. Consta que ao presenciar o assassinato, ele urinou nas roupas por medo.
Dois depoimentos dados à Polícia Civil citam que Maninho, ao ver Danilo Alves Vieira da Silva, 19 anos, atirar na cabeça de Hugo Vinícius, entrou em choque e urinou nas calças. O disparo se deu quando ele, Danilo e Rubia Joice de Oliver Luvisetto, 21 anos, estavam na casa dela após uma festa na fronteira.
Rúbia destacou, em seu segundo depoimento, já que no primeiro mentiu, que após o crime Cleiton ficou chorando na cena do crime e depois quando estavam no carro, indo para a casa da mãe dela que fica na cidade de Corpus Christi, no Paraguai.
O depoimento de Patrick Eduardo do Nascimento, 32 anos, que é padrasto de Rubia também cita que Maninho urinou na roupa. Cleiton detalhou que a mãe de Rubia, Noemi Matos de Oliver, 40 anos, pediu para que ele tirasse a roupa suja de sangue e urina e as lavou. Porém, como não secaram, as devolveu em uma sacola.
Danilo é suspeito dos tiros e ocultação de corpo. (Foto: PCMS)
Desova
Maninho disse à polícia que ajudou a ocultar o cadáver diante das ameaças de Danilo. Ele detalhou que, ao ver Hugo caído com um tiro na cabeça, ainda tentou colocar o jogador sentado no chão e que ele tinha sinais de respiração. No entanto, teria sido obrigado a desovar o cadáver.
Ainda conforme o depoimento, Danilo estacionou a Saveiro Cross que pertence a Rúbia e o fez colocar o atleta ferido na carroceria. Cleiton detalhou inclusive que pegou Hugo pelos pés e Danilo ergueu segurando as mãos da vítima.
Maninho lembra que seguiu em uma estrada rural, abriu duas porteiras até Danilo estacionar à beira do Rio Iguatemi e dar mais dois tiros na cabeça de Hugo Vinícius. Ele e o atirador arrastaram o corpo até o rio, que afundou em seguida.
Rubia está presa temporariamente. A defesa dela alega que a jovem não participou da morte nem da ocultação do cadáver e que a prisão é injusta. E que ela mentiu em razão das ameaças de Danilo.
Tentamos contato com Cleiton por telefone, mas ele não atendeu. Ele está solto e o espaço aberto para manifestações.
Rubia está presa por ocultar cadáver do ex. (Foto: Redes sociais)
Entenda o caso
Na madrugada de 25 de junho, Rubia, Danilo, Cleiton e a própria vítima, estavam em uma festa em Pindoty Porã, lado paraguaio da fronteira.
Alguns depoimentos são controversos, mas a maioria dá conta que depois do festejo na fronteira, Rubia levou Danilo e Cleiton para a casa dela, em Sete Quedas. O jogador Hugo Vinícius teria chegado de surpresa e xingado a ex.
Ainda conforme uma das falas dadas à polícia, Rubia teria empurrado o jogador para fora de casa e Danilo dado um tiro na cabeça dele, na porta da residência.
Minutos depois, diz a investigação, Danilo e Cleiton colocaram o jogador em uma picape, que é de Rúbia, e foram à beira do rio lançá-lo nas águas.
No retorno, os envolvidos lavaram carros, casa e roupas, além de combinarem dar a mesma versão à polícia.
Mistério
O mistério da investigação fica por conta do esquartejamento de Hugo Vinícius. Ninguém assumiu que cortou o corpo em pedaços, achados dias depois, sendo a cabeça nesta terça-feira (4).
A delegada pediu a prisão preventiva de Rubia, da mãe e padrasto dela e de Danilo. A policial argumenta que soltos podem comprometer as investigações.
O espaço está aberto às defesas dos investigados.