Política

19/06/2023 12:58

Patrola ajudou amigo a esconder patrimônio na Lama Asfáltica, denuncia banco

Briga judicial revela mais ligações e complexa vida do empresário pego na 'Cascalhos de Areia'

19/06/2023 às 12:58 | Atualizado 19/06/2023 às 13:10 Vinícius Squinelo
Patrola, dono da empresa ALS - Silas Lima e redes sociais

André ‘Patrola’ Luís dos Santos está envolvido em mais uma denúncia, que mostra facetas cada vez mais complexas de sua vida empresarial. Alvo da operação ‘Cascalhos de Areia’, Patrola tem o nome também envolvido na mais impactante ação policial de Mato Grosso do Sul.

Além de ser apontado como o sucessor de João Amorim (leia mais aqui), Patrola pode ter atuado para esconder patrimônio de um dos mais conhecidos alvos da Lama Asfáltica: Mirched Jafar Junior, dono da Gráfica Alvorada. Pelo menos é o que diz o Banco Mercantil do Brasil S/A, que tenta ‘tomar’ imóvel do empreiteiro localizado no Dahma.

André Luiz dos Santos e a esposa Tatiana Duarte dos Santos entraram com ação contra o Banco Mercantil para não perder a própria casa. Isso, após outra demanda, extrajudicial da empresa contra Mirched Jafar Junior, Rossana Paroschi Jafar e a Gráfica Alvorada Ltda. no valor de R$ 316.122,76, com pedido de penhora do imóvel.

O Mercantil alega fraude na venda do imóvel de Mirched para Patrola, sendo que este diz ter agido de boa-fé. Ação do banco é de 29 de janeiro de 2016 e, em 22 de março do mesmo ano, Mirched compareceu espontaneamente aos autos da execução, tomando “ciência inequívoca da ação”, inclusive da indicação à penhora do imóvel alvo da disputa.

O banco Mercantil conseguiu a penhora, porém, dois dias após tomar conhecimento do processo, Mirched averbou a venda do imóvel para Patrola. Para a empresa, Mirched queria se livrar da dívida e das obrigações legais, a quem acusa de má-fé.

O imóvel tem um valor de mais de R$ 7 milhões. O juiz Marcel Henry Batista de Arruda julgou o caso a favor de Patrola, considerando que a negociação ocorreu antes do processo do banco, mesmo o imóvel não tendo sido transferido. Ainda determinou a extinção do processo e o pagamento de R$ 50 mil por parte do Banco Mercantil.

O caso, porém, foi paralisado neste ano após a determinação da mudança dos “os processos de execução de título extrajudicial, de embargos à execução e seus respectivos incidentes em trâmite e suspensos nas Varas Cíveis Residuais de Campo Grande-MS, serão redistribuídos para as recém-criadas Varas de Execução de Título Extrajudicial, Embargos e demais Incidentes, independentemente de despacho judicial”, conforme o último despacho do processo.