15/06/2023 10:48
Alvo do Gaeco, Patrola foi parceiro de Marquinhos em escândalo sexual
De aliciamento no Paço Municipal até festa no interior, empresário era parceiro maior
“Dá uma viradinha que eu gosto de bunda”. Assim era o suposto tratamento de André Luís do Santos a mulheres aliciadas até mesmo dentro do Paço Municipal. À época, a mais importante cadeira política de Campo Grande era ocupada por Marquinhos Trad (PSD).
Conhecido como ‘Patrola’, André caiu hoje na mira do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que investiga supostas fraudes em contratos no valor de R$ 300 milhões.
O apelido veio pela origem da riqueza de André Luís: o aluguel de maquinários, avançando por contratos no poder público. Depois foi reforçado pela modus operandi do empresário de ‘patrolar’ quem estiver à frente de seus projetos, que avançam até na área de comunicação.
André Patrola é uma das estrelas secundárias do inquérito que investigou Marquinhos Trad por assédio sexual e até estupro. O nome dele consta em inquéritos conduzidos na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
A cena misógina da ‘viradinha’ descrita na abertura desta reportagem ocorreu, conforme o inquérito, na ‘avaliação’ de Patrola de mulheres ao redor de Marquinhos. Ele também foi apontado como organizador de festanças em fazenda de Coxim, onde houve denúncias até de drogas ilícitas.
O empresário é investigado pela Deam por favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, crime que pode render até cinco anos de cadeia.
Hoje, Patrola virou alvo do Gaeco e teve a própria empresa, a ALS, na saída de Três Lagoas, alvo de batida policial.
CASCALHOS DE AREIA
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da 31ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social de Campo Grande, deflagrou Operação “Cascalhos de Areia” que objetivou o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão na Capital, decorrentes de decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul.
A operação ocorre dentro de um Procedimento Investigatório Criminal que tramita na Justiça Estadual, e apura a atuação de possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao Município, que ultrapassam o valor de 300 milhões de reais.