O  Dia dos Namorados está aí e, será que a máxima da música de Tom Jobim é mesmo válida? Será que é, de fato, impossível ser feliz sozinho? O TopMídiaNews decidiu falar com dois solteiros que estão felizes sozinhos - neste momento - e conta para você o que eles disseram. 

O jornalista Claudemir Cândido, de 23 anos, está solteiro há dois anos e, no momento, pretende permanecer assim e investir na própria carreira e e aproveitar um pouco mais a vida.

"Resolvi tirar um tempo para mim, colocar a cabeça e a vida em ordem, mas além disso, a decisão partiu de traições que me causaram trauma em me relacionar e confiar em outras pessoas. Isso é dissolvido com o tempo, mas no momento estou em busca do meu conhecimento pessoal. Em breve talvez eu volte a buscar alguém para relacionamento."

Sobre a pressão exercida sobre os solteiros para uma busca alucinada por relacionamentos, Claudemir vê de outra forma: "Hoje em dia acho que a sociedade está mais tranquila quanto a isso, de tentar forçar alguém a um relacionamento. Acredito que essa cobrança vem de família mesmo." 

Ele comenta, ainda, que vê essa pressão como algo que vem de costumes empregados na sociedade, de que é preciso namorar, casar, ter alguém, mas em sua percepção não é essa a realidade. 

"Por exemplo, na casa dos meus pais nunca senti essa cobrança de ter alguém para namorar, mas na casa da minha tia, ela meio que cobrava sempre minhas primas de ter alguém, como se aquilo fosse uma necessidade ou obrigação." 

O jornalista acredita, sim, que é possível ser feliz a dois, mas não obrigatoriamente, como a sociedade prega. "Acho que  o segredo de se viver a dois está no desejo do casal de permanecer unido e, de desejar ser, realmente, feliz, estabelecendo como prioridade indiscutível a relação entre os dois."

E sobre o que mais sente falta em um relacionamento, o comunicador revela alguns aspectos que "pegam". "Acho que [sinto falta] da companhia e da parceria para realizar coisas do dia a dia juntos, além da troca de carinho, que em alguns momentos é necessária para todos."

Solteirão convicto

Wesley Ortiz tem 35 anos, é fotojornalista, e se diz solteiro convicto.

Precoce, ele conta que começou a namorar cedo, ainda criança, um daqueles "namoricos" de escola, que durou dos seis aos dez anos, com juras de amor e promessa de casamento na vida adulta. 

Não rolou. Aos 17 anos, Ortiz começou a se relacionar "a sério", e o namoro foi até os 23 anos, mesmo sem a intenção de se casar, já que ele havia feito um trato consigo mesmo de que não se casaria antes dos 30 anos. 

Várias vivências e experiências depois, Wesley teve uma filha, a quem carinhosamente chama de "Maria Cloroquina", mas nem isso o fez querer um relacionamento. 

Wesley afirma não sentir pressão da sociedade para que as pessoas estejam em relacionamentos. "Dia dos Namorados chegando eu já fico ansioso pela Festa dos Solteiros. Não sinto uma pressão da sociedade para estar namorando, mas algumas pessoas acabam julgando de forma errada quem decide estar só e disponível. Acabam achando que todo solteiro só quer 'perversidade'".

Sobre a decisão de estar solteiro, Ortiz afirma que é permanente. "Gosto de ser solteiro e assim pretendo ficar, de maneira definitiva, para aproveitar melhor meu tempo, e não ter que ficar conciliando tudo que tenho que fazer com a disponibilidade ou vontade de outra pessoa. De certa forma isso passa uma impressão meio egoísta, mas eu considero que o que tenho de mais valioso em minha vida, depois da minha Maria Cloroquina, é claro, é a minha liberdade. É o que mais prezo."

Sobre o que sente falta de um relacionamento, o fotojornalista explica que os dias de inverno complicam a vida do solteiro.

"Nos dias em que está frio a carência bate duro, não vou negar! Sinto falta também, às vezes, de poder compartilhar minhas aflições ou conquistas com outra pessoa em quem eu possa confiar, mas não podemos ter tudo nesta vida, essa é a parte ruim da escolha de ser solteiro." 

Sobre ser feliz a dois, Wesley afirma acreditar nessa possibilidade. "Acredito, sim, que seja possível ser feliz a dois, desde que você tenha ao seu lado uma pessoa que está alinhada com os mesmos propósitos que os seus, coisa que é muito difícil de se encontrar, mas não impossível."

Mas e você? Acredita na máxima de que é impossível ser feliz sozinho? Ou acha que para ser um bom par é necessário ser primeiro um bom ímpar?