Assim como o presidente Lula (PT), os deputados federais de Mato Grosso do Sul Dagoberto Nogueira (PSDB), Beto Pereira (PSDB), Vander Loubet (PT) e Camila Jara (PT) se posicionaram a favor do jogador Vinícius Junior. 

O atacante do Real Madrid, mais uma vez, foi alvo de ataques racistas durante partida da La Liga, o campeonato espanhol, neste domingo (21).

No Twitter, o deputado Dagoberto Nogueira (PSDB) trouxe à tona dois casos de racismo ocorridos recentemente em um mesmo bar em Campo Grande. Ele ressaltou que não basta apenas ser contra o racismo, mas é necessário continuar lutando contra essa prática que ainda está enraizada na sociedade.

O deputado expressou sua preocupação com a ocorrência desses casos em seu Estado, afirmando que em menos de 15 dias foram registrados dois episódios racistas no mesmo estabelecimento.

"Enquanto o país inteiro lamenta o ato racista que aconteceu com o jogador Vini Junior, tivemos 2 casos no mesmo bar na Capital em menos de 15 dias. Durante um show de 'humor' em um bar conhecido um 'comediante' arremessou banana em jovens negros que assistiam ao espetáculo", denunciou o parlamentar, com referência ao seguinte caso:

Ainda segundo Dagoberto, o ato criminoso é constante no tal bar. "Conforme os inúmeros relatos, é corriqueiro acontecer tal situação por parte do 'humorista'. Precisamos combater de forma urgente esse mal para que atitudes como as que aconteceram com os jovens na capital sul-mato-grossense e com o jogador tenham medidas legais e punitivas. Não vamos aceitar que mais nenhum caso de racismo fique impune."

A deputada Camila Jara destacou a importância de punições severas para os responsáveis pelos ataques racistas. Ela ressaltou que a polícia espanhola já prendeu sete torcedores por crime de ódio contra Vinícius Junior e que as investigações continuam em busca de identificar outros envolvidos. "A punição é o primeiro passo para mostrar ao mundo que crimes de racismo e ódio não serão mais tolerados, seja dentro ou fora dos campos e estádios".

Vander Loubet também se manifestou sobre o caso. Ele compartilhou um vídeo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), onde o Chefe de Estado condena a atitude racista. Loubet concorda com a posição de diversas pessoas que pedem ações concretas contra o racismo, afirmando que não basta apenas emitir notas de repúdio. "A gente tem que adotar atitudes duras contra esse tipo de episódio, seja aqui, seja onde tiver brasileiro."

Beto Pereira, que presidirá a CPI das Apostas, para investigar manipulação nos resultados de jogos de futebol no Brasil, deixou sua solidariedade ao atacante. "Não dá mais para admitir atos de racismo em qualquer lugar ou situação. O que aconteceu com o jogador Vinicius Júnior, do Real Madrid, foi monstruoso. Deixo aqui o meu total repúdio à violência sofrida pelo atleta e reitero toda minha solidariedade ao jogador. Chega de racismo!"

Os posicionamentos refletem a preocupação com a persistência do racismo no esporte e na sociedade como um todo. A discussão vai longe e todos defendem o combate a esse tipo de comportamento por meio de punições rigorosas e conscientização para construir uma sociedade mais justa e igualitária, livre de discriminação racial.

Piada de péssimo tom

Tanto o comediante João Victor Biolchi quanto o bar pediram desculpas pelo episódio. O humorista disse que a intenção era mostrar um mágico ruim, que errava o jogo de adivinhação. Já o bar destacou que apenas emprestou o espaço e repudia o gesto, tanto que ofereceu apoio ao cliente ofendido.

Abaixo, a nota de João:

O caso aconteceu durante uma apresentação no treze bar, onde eu finalizei o meu show da mesma maneira que faço há meses. Eu sou mágico e comediante, e brinco no palco com o fato de ser “um mágico ruim”, peço para alguém da plateia pensar em uma fruta, e não importa qual seja a resposta, eu sempre digo “errou, é banana, da próxima vez estuda mais para vir ao meu show”. Ocorre que neste show em questão, a pessoa que participou da mágica/piada, era um rapaz negro. 

De maneira alguma eu fiz ou faço piada de cunho racial, esse número é sobre um mágico ruim que erra a fruta da pessoa e culpa a plateia por isso. Eu conversei com o rapaz no mesmo dia, pedi desculpas, e no outro dia conversamos por telefone, pedi desculpas novamente e ficamos bem, pois a mágica não tem e nunca teve esse viés.

Entretanto, tiraram isso de contexto e jogaram na internet dizendo que eu simplesmente fiz isso para ser um ataque. Eu repudio isso, jamais faria uma piada nesse sentido. Postei um vídeo explicando o ocorrido, o mesmo vídeo mostrava eu fazendo a mesma piada em vários outros shows, mas mesmo assim a internet optou pelo cancelamento, recebi diversas ameaças.

Não defendo piadas racistas acho isso tão abominável quanto propor a construção de cassinos em áreas indígenas.

 Nos anexos, imagens com nota de esclarecimentos publicadas pelo bar.

* Matéria alterada às 15h58 para acréscimo da posição de João Victor.

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