Campo Grande

19/05/2023 07:00

Heróis, professor e vigilante evitaram massacre de crianças em escola na Calógeras (vídeo)

Ex-aluno de 15 anos tentou invadir setor onde ficam alunos pequenos

19/05/2023 às 07:00 | Atualizado 19/05/2023 às 10:15 Thiago de Souza
Professor e vigilante evitaram massacre - Repórter Top e André de Abreu

Campo Grande viveria seu dia mais triste da história, não fosse a ação corajosa do professor Willian Silva e do vigilante Jocsa Conceição Silva, na tarde desta quinta-feira (18), em Campo Grande. Eles evitaram que um adolescente com quatro facas e um machado, entrasse no pátio de uma escola e promovesse um massacre de crianças.  

Um ex-estudante da Escola Municipal Bernardo Franco Baís, de 15 anos, invadiu a unidade, por volta das 12h50. Ele acessou o primeiro ambiente da escola, próximo da coordenação. Lá, viu uma advogada de 46 anos, que foi deixar o filho na escola e a atacou com um golpe na região lombar.  

Ainda segundo Silva, o ex-aluno correu em direção aos fundos da escola, onde ficam os demais estudantes. 

''Aí quando o Jocsa viu, ele tentou entrar no pátio das crianças... aí o Jocsa jogou uma mesa em cima dele e segurou as duas mãos dele e me chamou'', detalhou o professor Wilian. Na confusão, o agressor estava com as duas facas na mão. 

''Aí eu segurei os dois punhos e desarmei ele... aí o Jocsa já deu um mata-leão nele e jogou no chão'', completou o professor Willian.

Ataque ocorreu na parte da frente da escola. (Foto: Repórter Top e André de Abreu) 

O ex-aluno ficou retido na escola até a chegada da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar. 

''Eu já estava cuidando dele... ele chegou por volta das 10h... aí ele veio com as facas na mão na secretaria e consegui imobilizar ele para não passar para porta de dentro, que era horário da acolhida dos alunos pequenos'', disse o vigilante. 

''Graças a Deus não teve mais feridos... a preocupação era as crianças'', refletiu Jocsa. Ele disse que havia muita criança e que se o agressor entrasse com as facas e a marreta, iria causar ''um estrago muito grande''. 

Jocsa disse que tem duas filhas que estudam, de 11 anos e 2 anos. 

''Primeiramente eu pensei nelas'', declarou Conceição. Ele destaca que a ação foi efetiva em razão dos 13 anos de experiência como vigilante. 

O caso 

O ex-aluno da escola invadiu a unidade, por volta das 12h50 e de início acertou um golpe de faca em uma advogada de 46 anos. Em seguida foi dominado e apreendido. A vítima sofreu um corte na região lombar e foi socorrida à Santa Casa. O filho dela garantiu que a mãe estava fora de risco. 

Segundo o secretário de Educação, Lucas Bitencourt, o aluno não tinha histórico de violência. O menor agressor foi ouvido pela Polícia Civil e, entre várias justificativas, alegou que agiu por conta de problemas familiares e abuso sexual, cometido por um aluno da escola. 

O secretário Especial de Segurança e Defesa Pessoal, GCM Anderson Gonzaga, elogiou a ação do professor e do vigilante, mas ressaltou que as portas fechadas no local onde os alunos ficam contribuíram para evitar uma tragédia.