Maus-tratos

17/04/2023 07:00

Babá agride bebê e quem leva culpa até hoje é mãe em Campo Grande

Caso aconteceu em 2021 quando menina tinha 1 ano e 5 meses e teve a mão queimada propositalmente; sofrimento é atual

17/04/2023 às 07:00 | Atualizado 20/04/2023 às 11:06 Dayane Medina
Mãe e filha foram acusadas pela Justiça de maus-tratos - Reprodução/Repórter Top

Quase dois anos depois de ter a filha queimada pelas babás, em Campo Grande, a mãe que conseguiu provar na Justiça os maus-tratos contra a filha bebê, ainda sofre represálias de quem mais deveria acolher, os "irmãos" da igreja.

A autônoma de 33 anos, não conseguiu superar a dor em ver a mão da filha queimada por água quente, por quem ela mais confiava em deixar a filha, a babá.

O caso aconteceu em junho de 2021, no bairro Aero Rancho, mas a mãe ainda sofre com deboches, olhares tortos e provocações, vindos dos irmãos da igreja onde a babá frequenta.

"O Ministério Público Federal investigou, o exame de corpo de delito confirmou que as lesões na minha filha foram causadas intencionalmente e hoje mãe e filha respondem por isso na justiça, mas ainda sim me olham torto", afirma a mãe da menina que agora está com 3 anos.

Segundo a mãe da vítima, desde que levou a denúncia adiante, servos da igreja onde a babá frequenta não acreditaram que a mulher e a filha tivessem feito tamanha crueldade.

"O laudo provou que não foi acidente e por não gostarem da verdade foram à rede social dizer que elas são ótimas servas de Deus. Isso me machuca, parece que ninguém entende meu lado de mãe", lamenta.

A indignação da mãe é que mesmo pagando pelos crimes, a babá pediu arquivamento do processo, já que a filha menor, de 14 anos, na época assumiu a queimadura.

"No dia do ocorrido cheguei em casa mais cedo e antes que eu pudesse buscar minha filha escutei o choro dela e quando sai no portão ela já estava com a menina nos braços. Em momento algum avistei a menor, apenas a babá", relembra o momento.

A mãe se sente abalada com o pedido de arquivamento do processo e os olhares que recebe daqueles que julgam a denúncia.

"Elas moram em frente a minha casa, minha família nunca mexeu com elas, para que os 'cristãos' fiquem me julgando como se eu fosse a errada da história, que todos entendam que se fosse um acidente a justiça saberia e se não foi todos têm que pagar pelo mal cometido", frisa.