Polícia

07/04/2023 18:26

"Se abro a boca ele tinha dado o canivete em mim": ex denuncia agressões em MS

Rotina de violência, assédio e dor de mais uma mulher sul-mato-grossense

07/04/2023 às 18:26 | Atualizado 07/04/2023 às 17:26 Vinícius Squinelo
Imagens são assustadoras - Reprodução

Ainda muito abalada e se sentindo ridicularizada após sofrer agressões físicas e psicológicas do ex, uma rio-pardense de 27 anos, que preferiu não se identificar, aceitou falar com o Rio Pardo News sobre mais um caso absurdo de violência doméstica ocorrida em Ribas do Rio Pardo (MS).

Mesmo com dificuldades para conseguir voltar à rotina, a vítima acredita que o caminho seja superar o medo e denunciar. As informações são do site local Rio Pardo News,

DOMINGO TRISTE!

Depois de 8 meses de relacionamento com D.S.S., de 22 anos, a vítima relata que o último domingo, dia 2, tinha tudo para ser mais um dia normal, mas infelizmente não foi.

Ela conta que estava em sua casa com seu ex, que fez o almoço e em certo momento, ele disse que iria na chácara de um amigo. “Ele me chamou pra ir, mas não quis ir”, detalha.

Usando o carro dela, D.S.S foi para chácara e, pelo histórico e uma série de fatores, a vítima conta que passou a ficar preocupara, pois após ele enviar fotos e vídeos, ela notou que ele estava bebendo.

Em dado momento, ela percebeu que seu ex já havia bebido muito e sugeriu que ele voltasse pra casa. “Ele mandou um vídeo e eu percebi que ele já estava um pouco alterado. Aí perguntei se já não estava na hora de vir embora. Ele respondia: já já eu vou, já já eu vou”.

O TERROR DENTRO DE CASA!

“Ele chegou em casa quase 21h. Não guardou o carro na garagem, estava com comportamento estranho e disse que iria sair. Eu disse que ele poderia sair, mas não com o carro. Peguei a chave da mão dele, ele me entregou de boa. Entramos aqui dentro de casa, entramos na cozinha e ele começou a me ridicularizar: você é uma gorda, desgraçada, você é uma corna, chifruda. Começou enlouquecer, nisso ele veio pra cima de mim, me deu um murro na cabeça com a mão fechada, do lado direito da minha cabeça, no segundo soco que ele veio me dar, eu coloquei o meu braço, e nisso eu fui pra trás, encostei na parece em posição de proteger meu rosto, ele me deu mais três (socos) na cabeça. O tempo todo me xingando. Envolvendo nome de outras pessoas que ele não supera e não gosta", detalha.

A vítima relatou a reportagem que após toda a sequencia de agressões, conseguiu se levantar e alertou seu ex que iria chamar a polícia. “Ele disse ‘faz o que você quiser’, foi pro meu quarto, jogando as coisas e enlouquecido. Eu fui pro sofá e ele veio com o canivete aberto e mandando eu chamar meu ex-namorado. Depois que consegui gravar ele admitindo tudo que ele fez, eu liguei pra Polícia e pedi ajuda”.

A vítima conta que conseguiu pegar o canivete jogar pela janela e após conversar com o policial, apenas aguardou a ajuda chegar. “Eu fiquei o tempo todo esperando quieta. Deixei ele fazer as loucuras dele. Ele quebrou meu relógio, meu ventilador, minhas pulseiras. Nisso a polícia chegou e deu voz de prisão, pegou o canivete, fomos pra delegacia e pro hospital. Ele o tempo todo ridicularizando a situação, inclusive a mãe e a irmã que acompanharam”.

DENUNCIEM, BUSQUEM PROTEÇÃO E JUSTIÇA!

Acreditando em dias melhores, a vítima faz o alerta e reforça importância de denunciar o agressor. “Não quero me calar, espero que isso motive outras mulheres a denunciarem todo tipo de violência. Anteontem foi uma menina de 16, ontem teve outro caso, amanhã pode ser outra. Quero que as pessoas saibam sobre isso, por que é muito triste, só a gente que passa sabe como é. Não consigo trabalhar direito desde segunda-feira, não produzi nada essa semana, e eu preciso estar bem. É isso que quero”,

SINAIS PRÉVIOS DE VIOLÊNCIA

Segundo ela, até então nunca havia acontecido agressão física, mas D.S.S. apresentava sinais. “Em janeiro, bebeu, jogava na cara relacionamentos antigos, e aparentava não super o passado. Ele estava no banco do passageiro, quebrou meu parabrisa com os pés, pediu desculpas e não aconteceu mais”.

A vítima diz que D.S.S passou a fazer agressões verbais mesmo sem ingerir bebida alcoólica. “Eu continuei pedindo a Deus que me mostrasse o melhor caminho”.