A pessoa que filmou e compartilhou um vídeo a respeito do acidente trágico, que vitimou quatro meninas na BR-163, em Campo Grande, pode responder criminalmente por vilipêndio a cadáver. A Polícia Civil está investigando e procurando quem seja o responsável pela gravação.

Na ocasião, as vítimas foram Carolina Peixoto, Laís Moriningo, Letícia de Mello e Kaena Guilhen, todas com 28 e 29 anos. Analu Mali, de 29 anos, a única sobrevivente, está internada na enfermaria da Santa Casa, enquanto o padre Wagner Divino, de 45 anos, se recupera em casa.

O TopMídiaNews teve acesso ao vídeo compartilhado, mas não irá divulgar ao público em respeito aos familiares, amigos e até propriamente às vítimas. As cenas são consideradas fortes e desrespeitosas.

Em relação ao vídeo, é perceptível que o homem mostra o acidente em que deixou os dois veículos, um Fiat Argo e uma Toyota Hilux, completamente destruídos. Após se aproximar da caminhonete em que o padre se encontra, o vídeo passa a mostrar o interior do carro em que estavam as jovens.

O homem em questão mexe nas vítimas, exibe o corpo de uma das jovens e chega a passar a mão no cabelo de uma delas.

A delegada Priscilla Anuda, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, teve conhecimento sobre o vídeo e pediu que fosse encaminhado por meio de ofício para iniciar a investigação.

Sobre o conteúdo, Anuda explica que viu rapidamente, mas que, antes de uma definição, prefere analisar com calma e com todos os documentos em mãos, inclusive o inquérito do acidente. Apesar da preocupação, ela destacou que a situação pode mesmo figurar como vilipêndio a cadáver.

Mas o que é vilipêndio a cadáver?

O vilipêndio é ato de fazer com que alguém se sinta humilhado, menosprezado ou ofendido, através de palavras, gestos ou ações. Objetos também podem ser vilipendiados, quando são tratados com desdém ou desrespeito.

Conforme o artigo 212, do Código Penal Brasileiro, o vilipêndio de cadáveres é considerado crime contra o respeito aos mortos. O ato de vilipendiar cadáveres ou suas cinzas, pode ser punido entre um a três anos de reclusão e pagamento de multa.