21/02/2023 07:00
Tragédia anunciada: policiais já sacaram armas para resolver problemas no Procon
Denúncia vem de uma conciliadora, que alega situações de alto risco em audiências
Conciliadora de 48 anos, relatou que policiais já sacaram armas, na tentativa de resolver problemas, durante audiências de conciliação no Procon-MS, em Campo Grande. Ela foi a principal testemunha do assassinato do empresário, Antônio Caetano de Carvalho, 66 anos, cometido pelo policial aposentado, José Roberto de Souza, 53 anos, na manhã de segunda-feira (13).
Segundo depoimento dado ao delegado Antônio Ribas, da 1ª DP, a testemunha narrou que, no prédio onde fica o Procon, também há a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo. Em algumas situações, diz a profissional, policiais dessa delegacia já tiveram de intervir para mediar conflitos mais calorosos.
A conciliadora narrou que já fez audiências de policiais consumidores, que puxaram o armamento para resolver a pendência. Colegas teriam relatado a ela o mesmo problema durante as audiências.
Ainda conforme o depoimento, os profissionais conciliadores eram sempre orientados a não registrarem ocorrência ou relatarem o problema na ata da sessão, para ''não dar problema''.
Entramos em contato com a assessoria do Procon-MS e aguardamos resposta.
Lei
Projeto do deputado estadual Pedrossian Neto, do PSD, quer proibir entrada de pessoas armadas, dentro do Procon-MS. A medida vale para todos os escritórios do órgão, no interior do Estado e fica permitida somente o armamento de servidores ou funcionários que cuidam da segurança do local.
Morte
Conforme divulgado pela Polícia Civil, José Roberto de Souza não teria ficado satisfeito com a venda de um produto ou serviço feito por Antônio Caetano, avaliado em R$ 630. Os dois estavam no Procon-MS para fazer a conciliação.
Segundo o delegado Willian Rodrigues de Oliveira Junior, o suspeito ''perdeu a cabeça'' e atirou contra o empresário.
Ainda segundo Oliveira Junior, a morte foi presenciada por pelo menos três funcionários do órgão estadual. Ele detalha que foram três tiros disparados, sendo que dois acetaram a cabeça do empresário, que morreu no local.
O caso é investigado na 1ª DP, no centro, como homicídio qualificado por motivo fútil.
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