Campo Grande

15/02/2023 09:59

Pai de Sophia se emociona e audiência na Câmara é marcada por revolta do público

Manifestantes se revoltaram após a mesa pedir para que relatos fossem feitos em poucos minutos

15/02/2023 às 09:59 | Atualizado 15/02/2023 às 11:08 Rayani Santa Cruz
Pai de Sophia pede justiça - Reprodução Facebook

Jean Carlos Ocampo, pai de Sophia de Jesus Ocampo, assassinada e estuprada aos 2 anos e 7 meses, pela mãe Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, e o padrasto Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, se emocionou e pediu justiça durante audiência pública na Câmara.

O público se revoltou e houve confusão após mesa organizadora pedir para que os relatos fossem feitos em alguns minutos.

A audiência foi realizada na manhã desta quarta-feira (15), para tratar do caso que chocou a cidade. Jean esboçou poucas palavras por conta da emoção e indignação pela morte da filha. 

Ao lado do marido, ele usou a palavra pedindo por justiça. “Estamos reunidos aqui para poder lutar por justiça pela minha filha. Obrigado a todos por estarem aqui.”

Jean tentou a guarda da filha após suspeitar de que a filha estaria sofrendo maus-tratos e condições degradantes. Dois boletins de ocorrência foram registrados.

Perdeu chances de viver

Representantes de órgãos de proteção enumeraram as chances que Sophia teve de viver. Segundo eles, foram nove chances de viver perdidas. Foram muitas idas e vindas no Conselho Tutelar. 

No extenso relato, a organização da Câmara pediu para que a oradora encerrasse, mas ela se recusou e disse haver combinado contar todo o histórico de vida de Sophia, idas às unidades de saúde, Conselho Tutelar e Depca. Nisso, seu microfone foi cortado e o público se revoltou.

Aos gritos, uma mulher que assistia à audiência pediu para que a Câmara respeitasse a palavra das pessoas. A segurança chegou a ser acionada, e depois a oradora seguiu contando a história de Sophia até a sua morte. 

(Campo-grandense se revoltou após corte de microfone de oradora. Foto: Reprodução Facebook)

Sindicância

O secretário de Saúde, Sandro Benites, um dos primeiros a usar a palavra, afirmou que após a morte de Sophia, e suspeita de negligência dos órgãos públicos, a Sesau abriu sindicância que deve ficar pronta em 2 semanas. “Em menos de 2 semanas terá um veredito". 

O secretário disse que o objetivo é saber se em alguma consulta houve negligência. "O médico já recebe essa orientação, que na suspeita de abuso deve comunicar imediatamente as autoridades competentes para isso, a Polícia e o Conselho Tutelar.”