13/02/2023 07:00
Pai de acusado de assassinato apresentou diploma falso para virar sargento da PM
Filho dele está preso por matar e estuprar uma menina de 2 anos
Homem de 49 anos, pai de Christian Campoçano Leitheim, 25 anos, que estuprou e assassinou a enteada, Sophia de Jesus, de 2 anos, já foi condenado pela Justiça Militar. Ele apresentou certificado de Conclusão do Ensino Médio, falso, para se matricular no Curso de Formação de Sargentos da Polícia Militar, em 2017/18.
Conforme o processo, o Ministério Público Estadual tomou conhecimento do caso e denunciou o PM por uso de documento falso e estelionato. No entanto, o réu foi condenado apenas pelo segundo crime.
Na ação, consta que seria necessário apresentar tal certificado para entrada no curso de formação de sargentos. Ele então apresentou um documento relativo à Escola Estadual Padre João Greiner. Porém, investigação social, promovida pela Seção de Contrainteligência da PM, constatou divergências no documento.
Após exame grafotécnico no certificado, o documento e as assinaturas do diretor e da secretária da escola eram falsos, constatou a Perícia. O próprio réu confessou ter usado o documento falso, alegando que fez isso somente uma vez.
Consta que o réu foi aprovado no curso e, na função de 3º Sargento PM.
''Desde então, passou a receber proventos compatíveis à graduação de Sargento, ilicitamente e em prejuízo alheio, já que manteve a Administração Militar em erro por não preencher um dos requisitos necessários e, ainda, ocupou vaga destinada a outro militar que preenchia corretamente os requisitos... '', refletiu o magistrado Alexandre Antunes da Silva.
Ele foi condenado à pena privativa de liberdade por dois anos, em agosto de 2020, mas a penalidade foi suspensa por dois anos, mediante condições fixadas pelo juiz.
Entramos em contato com um advogado que atendeu PM em outro processo, para pedir que o cliente nos retornasse. O espaço está aberto para manifestação de todos os envolvidos.
Brutal
Sophia tinha dois anos e morava com a mãe, Stephanie de Jesus da Silva e o padrasto. No dia 26 de janeiro, ela deu entrada na UPA Coronel Antonino, já desfalecida. Foi examinada e constatado espancamento e alargamento e ferimento no ânus. Ela morreu horas depois.
Laudo necroscópico apontou que a morte foi causada por traumatismo raquimedular em coluna cervical, cujas agressões foram cometidas por mãe e padrasto. O documento ainda destaca que havia sinais de violência sexual não recente na pequena.
A investigação apontou que os suspeitos combinaram a versão a ser dada à polícia, caso o crime fosse descoberto. Os dois estão presos desde o dia do crime.
O Ministério Público Estadual denunciou padrasto e mãe por homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável.
* Matéria editada às 9h02 de 15/2 com remoção do nome do envolvido a pedido da ACS