Política

11/01/2023 08:59

Bolsonaro usa fake news de procurador de MS para atacar urnas

Felipe Gimenez diz que as Forças Armadas devem "intervir no sistema político"

11/01/2023 às 08:59 | Atualizado 11/01/2023 às 11:16 Rayani Santa Cruz
A postagem e o procurador - Reprodução-Roque de Sá/Agência Senado

O ex-presidente auto exilado Jair Bolsonaro (PL) usou uma fake news de Mato Grosso do Sul para, novamente, atacar as urnas eleitorais. A postagem, feita em redes sociais, foi apagada pouco depois, segundo modus operandi bolsonarista.

Na declaração em questão, o procurador do Estado Felipe Marcelo Gimenez defendeu, durante entrevista à Rádio Hora realizada em 10 de novembro do ano passado, que as Forças Armadas devem “intervir no sistema político para reestabelecer a ordem”. O ato é proibido pela Constituição Federal.

Ele ainda, nas redes sociais, demonstra apoio explícito a Jair Bolsonaro e também criticou os últimos atos do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Gimenez também já chamou a atenção, em outras ocasiões, por defender o voto impresso.

“A população não aceitou e não deve aceitar, o cidadão precisa acordar, sair da rotina. Se as pessoas continuarem só no WhatsApp batendo palminhas, nós vamos chegar ao mesmo lugar que os venezuelanos chegaram. Na verdade, nem os senadores e deputados, a maioria. O Congresso Nacional e o Senado são uma plantação de analfabetos”, disparou.

A fake news foi postada novamente por Bolsonaro, e logo apagada, em movimento já costumeiro da extrema-direita brasileira, chamada de 'apito de cachorro'.

Seguido no Twitter pelo filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP), Gimenez ostenta uma série de publicações criticando as urnas eletrônicas e pedindo intervenção federal. Ele também é apoiador do guru bolsonarista Olavo de Carvalho.

"As urnas são ARMAS DE GUERRA CIBERNÉTICA do Foro de São Paulo. Uma arma disfarçada de “máquina de votação” para conquistar países manipulando a democracia pelo voto eletrônico", disse Felipe Gimenez (@felipemgimenez) em 9 de novembro de 2022.

Desde o resultado do segundo turno da eleição, no dia 30 de outubro, eleitores insatisfeitos do presidente Jair Bolsonaro ocuparam as ruas, em diversos estados do país, pedindo intervenção federal.

Os manifestantes acusam o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de coadunar com supostas fraudes nas urnas, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse eleito.

O espaço segue aberto para Procuradoria-Geral do Estado do Mato Grosso do Sul, sobre as falas do representante, e para o citado, caso queira.