Campo Grande

15/12/2022 13:00

Coordenadora do CCZ é acusada de assédio moral em Campo Grande

Servidores até fizeram um abaixo-assinado pedindo a saída da médica

15/12/2022 às 13:00 | Atualizado 15/12/2022 às 10:55 Elizeu Ribeiro
Moradora denuncia descaso do CCZ - Wesley Ortiz - arquivo

Servidores da Coordenadoria de Controle de Zoonoses de Campo Grande (CCZ) elaboraram um abaixo-assinado para solicitar a troca imediata da coordenadora da instituição, a médica Juliana Rezende, devido ao seu comportamento, considerado agressivo pelos demais colaboradores.

Segundo o documento, os servidores denunciam que, desde a lotação da médica à frente do cargo, em 2019, a profissional tem criado um ambiente tóxico, exacerbando "comportamento arrogante, prepotente, agressivo, expositivo e ríspido" com os funcionários. 

Por conta do comportamento da servidora, eles relatam que os funcionários subordinados a ela vêm apresentando diversos problemas de saúde, como crises de pânico e ansiedade, alguns inclusive, tem buscado auxilio e tratamento na GERSAU/SESAU. 

No documento elaborado pelos funcionários do CCZ, eles alegam que “houve um aumento considerável no número de atestados psicológicos desde sua nomeação, o mais recente de uma médica veterinária. Em decorrência dessas atitudes têm acontecido relocação de agentes para outros órgãos, caso de exoneração a pedido, frequentes solicitações de saída de servidores da escala de plantão sobrecarregando os que ainda permanecem”. 

Os servidores admitem que, quando Juliana está de plantão, vários plantonistas buscam atestados ou doam plantões para não trabalhar com a médica. Outro fator estressante, segundo a denúncia, são as "comunicações não éticas, com o uso indiscriminado de mensagens até mesmo fora do horário de serviço, usando linguagem agressiva".

Os funcionários alegam que recebem cobranças relativas ao trabalho de maneira desrespeitosa e que, muitas das vezes, são expostos na frente dos colegas de trabalho e até de munícipes.

Juliana também é acusada pelos colegas de omitir informações do interesso coletivo e de valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública, fatos que ignoram e desabonam o estatuto dos servidores. 

Além das graves denúncias de assédios morais, também há uma insatisfação por parte da maioria com as condições de trabalho impostas por Juliana, como estruturas inadequadas para os servidores que atuam no órgão, bem como metas não alcançáveis que levam ao estresse físico e emocional.

O documento também aponta que, outro fato que convém citar é a imposição da manipulação e aplicação de quimioterápicos e de medicações vencidas, já denunciadas embasadas em provas e averiguadas pelo Ministério Público, outras irregularidades que ocorrem no órgão que não são formalmente denunciadas por medo.

“O ambiente de trabalho tornou-se insuportável muito pela recorrência nas ações e atitudes da citada que atinge a moral, a dignidade e a autoestima dos servidores, sem qualquer motivo que lhe dê causa resultando em danos psicológicos e morais, diz o documento. 

Sesau

Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou "que o caso está sendo acompanhado juntamente com a Superintendência de Vigilância em Saúde, a qual o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é subordinado. As partes devem ser ouvidas e, caso necessário, poderá ser aberto um processo de sindicância para apurar a conduta de todas as pessoas envolvidas e proceder com as devidas sanções administrativas".

O espaço segue aberto para posicionamento da médica.