Campo Grande

13/12/2022 10:07

Iran Coelho renuncia ao cargo de presidente do TCE

Jerson Domingos disse, em nota, que não tem intenção de concorrer a vaga

13/12/2022 às 10:07 | Atualizado 13/12/2022 às 10:07 Rayani Santa Cruz
Waldir r Iran - repórter top

O conselheiro TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), Iran Coelho das Neves, renunciou ao cargo de presidente, nessa segunda-feira (12). Ele estava ao comando do Tribunal e o mandato terminaria nesta sexta-feira (16).

Ele estava afastado desde a última quinta-feira (9), quando foi realizada a operação "Terceirização de Ouro", em Mato Grosso do Sul. Também foram afastados do cargo por 180 dias, os conselheiros, Waldir Neves e Ronaldo Chadid.

O imbróglio no TCE-MS é tão grande que o conselheiro Jerson Domingos, vice-presidente de Iran Coelho, anunciou que não tem intenção de concorrer a nova reeleição, já que é seu segundo mandato e não há previsão legal para um terceiro.

A operação da Polícia Civil aconteceu às vésperas das eleições do TCE, que tem prazo até essa quarta-feira (14) para formar chapas. 

O caso

A investida da Polícia Federal no Tribunal de Contas do MS mira um contrato de serviços da Corte, que ultrapassa os 100 milhões de reais, informou a PF, na manhã de quinta-feira (9). A operação ''Terceirização de Ouro'' levou ao afastamento de três conselheiros. 

Conforme nota da corporação, o objetivo é apurar crimes de peculato, direcionamento de licitações e lavagem de dinheiro, nesta que é a segunda fase da operação. A primeira se chamou ''Mineração de Ouro'' e tem quase os mesmos investigados. 

Foram suspensos por 180 dias: Iran Coelho Neves (atual presidente) e os conselheiros Waldir Neves e Ronaldo Chadid, que vão ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas. Todos eles têm foro por prerrogativa de função e por isso as decisões foram emitidas pelo Superior Tribunal de Justiça. 

As mesmas medidas, garante a polícia, também foram aplicadas a dois servidores e um ex-servidor do TCE-MS. 

''Contrato de Ouro''

A Polícia Federal divulgou que investiga vários contratos com empresas, que tiveram favorecimento na licitação, justamente para servir de abrigo para funcionários fantasmas, cargos para indicações de parentes de políticos e outras autoridades, além de desvio de recurso público. 

O maior dos contratos analisados pela corporação, junto de servidores da Receita Federal e Controladoria Geral da União, tem valor de R$ 100 milhões. A PF não divulgou o nome da empresa. 

Na investigação de 2021, o alvo da polícia foi a empresa Dataeasy. Inclusive, os conselheiros afastados estão proibidos de manter contato com investigados, relacionados a essa empresa. 

O espaço está aberto a todos os citados.