Polícia

14/12/2022 09:27

Estuprador e assassino de menina em Campo Grande diz: 'não sou um monstro'

Ele se diz usuário de drogas e bateu primeiro, depois abusou

14/12/2022 às 09:27 | Atualizado 14/12/2022 às 09:29 Thiago de Souza
Suspeito foi levado ao IMOL após depoimento - Silas Lima

Auxiliar de armazenagem, Maikon Araújo Pereira, 31 anos, que confessou estupro e morte de uma menina de 11 anos, na noite deste domingo (11), garante que não é uma pessoa ruim. O crime ocorreu no bairro Nossa Senhora das Graças, quando a dona da casa deixou a filha cuidando de dois irmãos e foi beber em um bar. 

''Não sou esse monstro e peço perdão'', disse em interrogatório, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, em Campo Grande. Ele confessou também que já fez uso de drogas algumas vezes, dentro da casa onde cometeu o assassinato. 

No detalhe da confissão, o agressor conta que não se lembra quando saiu de casa, mas que já era noite de domingo e que estava de folga e havia bebido muito no dia. Ele sabia que a mulher, que também foi presa, costuma deixar as crianças em casa e sair para beber e fazer programas sexuais. 

Local onde menina de 11 anos morreu. (Foto: Wesley Ortiz)

Crime 

Em outro trecho, o suspeito disse lembrar que a menina gritou e que deu um soco na cabeça dela, que caiu no chão. Sobre o estupro, o agressor disse não saber o que passou em sua cabeça, para cometer o abuso. 

O preso disse que ''só fez'' [estupro] na parte da frente da criança. Ele também disse não lembrar de ter mordido o mamilo da vítima. 

Depois do crime, o suspeito fugiu e detalhou que a roupa dele não tinha sangue, somente cerveja e água da chuva e do barro. Ele observou que lavou a roupa somente porque a usa no trabalho. 

Ao final do depoimento, o auxiliar de armazenagem diz que não é uma pessoa ruim e que tem um filho. Ele não soube apontar o que o motivou a cometer a barbárie. 

''Acordo às 5h e trabalho todos os dias. Estou arrependido'', contou o suspeito ao delegado Roberto Carlos Morgado Pires. O criminoso aceitou coletar material para exame genético. 

O crime 

Mulher de 39 anos, usuária de drogas e dependente química, saiu de casa, na noite deste domingo (11), para beber em um bar. Ela estava acompanhada por amigos e deixou a filha, de 11 anos, cuidando de duas crianças mais novas.

Durante a ausência da mulher, o auxiliar de armazenagem, de 31 anos, entrou no local e bateu, estuprou e matou a vítima. Ele fugiu em seguida. 

Ao retornar para casa, a mãe chamou pela filha no portão da frente. Como não foi atendida, entrou pelos fundos e viu a criança caída. Ela gritou e uma equipe médica foi acionada. Houve tentativa de reanimação por uma hora, mas a vítima não resistiu. 

A mãe, dizem testemunhas, aparentava estar embriagada e ficou extremamente agressiva, precisando ser contida pelas equipes policiais.

A suspeita também foi presa, por abandono de incapaz. Os dois vão passar por audiência de custódia, para saber se podem responder pelos crimes em liberdade. Os dois menores foram levados pelo Conselho Tutelar até um abrigo. 

A residência estava toda suja e foi considerada local insalubre para a convivência das crianças. A menina de 11 anos era atendida por uma ONG e a família assistida pelo Conselho Tutelar.