Polícia

01/12/2022 13:00

Acusado de assédio, sub da GCM infernizava alunas com elogios 'indiscretos'

Mulheres eram pressionadas a corresponder por medo de reprovação e homens sentiram diferenças em tratamento

01/12/2022 às 13:00 | Atualizado 01/12/2022 às 15:01 Thiago de Souza e Diana Christie
Denúncia envolve instrutores da GCM - André de Abreu - arquivo

Série de prints foram usados por uma aluna do curso de formação da Guarda Civil Metropolitana para denunciar assédio do subcomandante da corporação, em Campo Grande. O suspeito foi afastado das funções. 

Conforme material obtido pelo TopMídiaNews, o superior da vítima curtia várias fotos da jovem nas redes sociais, sempre com elogios incompatíveis com a relação profissional. E também sempre tentava manter um contato casual fora do expediente.

Em um dos trechos do diálogo, ele supostamente finaliza: ''vou deixar a morena bonita descansar'' e ''amanhã terminar de olhar as fotos da morena''.  Em outra parte, o chefe diz que é ''difícil não elogiar a garota'' e ''que princesinha linda''. 

A aluna, por sua vez, era intimidada já que temia ser reprovada se desagradasse o instrutor.

Assédio 

A denúncia envolve o subcomandante da GCM e outros dois guardas, contra as alunas, que se preparam para serem novas agentes civis metropolitanas. Neste caso, apesar da aprovação na prova objetiva, as candidatas são avaliadas e podem ser reprovadas. 

Afastamento 

O subcomandante da GCM foi afastado das funções no dia 28 de novembro. Um procedimento administrativo foi aberto pela Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social e servidores nomeados para a apuração. 

No texto do afastamento, publicado em diário oficial do Município, a secretaria observou que a abertura do procedimento se dá pela ''gravidade do fato''.  Fato estranho é que, na cidade onde a prefeita é mulher (Adriane Lopes), o servidor demorou 12 dias para entregar a arma e ser afastado. A Sesdes divulgou nota sobre o caso em 16 de novembro e o afastamento se deu dia 28. 

Apuração 

No dia 16 de novembro, a Sesdes detalhou que a denúncia chegou por meio de um aluno, que disse estar sendo prejudicado no curso, em detrimento de alunas, que eram alvo de interesse sexual/amoroso dos instrutores. 

Ainda segundo a secretaria, o denunciante diz que um dos suspeitos estaria ‘’pegando leve’’ com uma candidata e prestando favores pessoais. 

O órgão assumiu que havia fortes indícios de cometimento de crime e que não coaduna com a suposta prática de assédio moral ou sexual pelos envolvidos.  

*matéria atualizada às 14h53 do dia 1º de dezembro.