08/11/2022 11:23
Vereador pede cassação de Sandro Benites após discurso instigando golpe no CMO
Vereador protocolou pedido na Mesa Diretora da Câmara hoje
O vereador Professor André Luis (Rede) protocolou, junto à Mesa Diretora da Câmara de Campo Grande, nesta terça-feira (8), pedido de investigação disciplinar de mandato do vereador Sandro Benites (Patriota). Na semana passada, Benites participou de ato em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), juntos a manifestantes que pedem golpe militar.
O parlamentar indica que se confirmado o crime, Sandro deve "ter seu mandado cassado por infringir os incisos II e VII do Art. 28 da Lei Orgânica do Município e dos incisos 6, 7 e 8 do Art. 7º da Lei Federal de Responsabilidade nº 1.079/50".
Na ocasião, Sandro pediu ajuda ao comandante do Exército e fez o público repetir suas palavras, ditas em cima do trio elétrico. “General Davi. Nós, campo-grandenses, patriotas, humildemente pedimos socorro. Nos livre deste mal. E, juntos, não aceitamos ser governados por um ladrão. Por um narcotraficante. Nos ajude general. É o que pedimos hoje, em nome da pátria, Brasil, acima de tudo, e Deus acima de todos”, declarou o vereador na ocasião.
Após isso, ele foi extremamente criticado, com direito a puxão de orelha do presidente da Casa, vereador Carlos Augusto Borges (PSB).
Protocolou pedido de cassação
Hoje, o vereador Professor André Luis disse que Benites cometeu um crime e que deve ser punido.
"O vereador cometeu um crime federal. Isso é incompatível com cargo público. Ele foi eleito pela democracia, e está justamente pedindo que a democracia seja revogada. É incongruente com o cargo público", disse ele.
"Estou fazendo o meu papel de vereador e cidadão e a Câmara vai decidir se isso é um ato legal, normal e se a decisão vai ser política ou técnica."
O vereador André Luis disse ainda que mesmo com a justificativa de Sandro Benites hoje na Câmara, o discurso dele foi um crime grave. "Isso foi um homicídio entre aspas, da democracia. Quando se pede um golpe militar em frente ao CMO é um ato de golpe militar. Um pedido explícito e isso tem de ser punido."
"O protocolo foi feito junto ao presidente da Casa, que deve levar a Comissão de Ética, após análise", informou o professor, que também protocolou denúncia em forma de representação via ouvidoria pública na Polícia Federal, Supremo Tribunal Federal, TSE, Ministério Público Federal, Eleitoral e Estadual.
O presidente da Casa, Carlão, informou que "o momento não é de briga, e em breve o país deve voltar a normalidade".