Cidades

03/11/2022 11:54

Federação da PRF nega 'moleza' para retirar bolsonaristas das pistas em MS

Após morosidade em extinguir os bloqueios em rodovias de MS, o presidente saiu em defesa das equipes

03/11/2022 às 11:54 | Atualizado 03/11/2022 às 17:03 Rayani Santa Cruz
Presidente da FenaPRF, Dorvercino Neto, diz que baixo efetivo da PRF prejudicou ação rápida em rodovias - Assessoria/ Divulgação

O presidente da FenaPRF (Federação dos Policiais Rodoviários Federais), Dorvercino Neto, veio a Campo Grande, nesta quinta-feira (3), e negou que tenha havido “moleza, conivência, ou aval” dos agentes da PRF em retirar manifestantes bolsonaristas de bloqueios em rodovias do Mato Grosso do Sul.

Em entrevista ao TopMídiaNews, o presidente informou que em MS já não há pistas paradas por bloqueios, e que “felizmente tudo já se encaminha para a normalidade”. Ele diz que a vinda a Capital já estava programada em sua agenda, antes mesmo do resultado das eleições, e que veio para participar de evento sobre o autismo, porém, coincidentemente os eventos antidemocráticos ocorrem na mesma semana. 

O presidente da FenaPRF afirma que se houve algum tipo de conivência de algum agente federal, aos caminhoneiros, e bolsonaristas que impediam o direito de ir e vir, ocorreu de forma pontual. Segundo ele, o governo Bolsonaro foi o pior dos últimos 20 anos para a categoria.

“Se houve esse tipo de comportamento, com certeza foi pontual. Porque o Governo Bolsonaro diante dos policiais foi o pior dos últimos 20 anos, e não teria motivos de algum colega estar prevaricando diante de um governo que nos prejudicou durante toda a gestão. Não estou falando do órgão PRF, estou destacando que o governo foi ruim para o policial, para o servidor em si e a pessoa humana que teve redução de R$ 500 no salário.”

Ele diz que entre a devassa de Bolsonaro está a falta de recomposição salarial, e falta de aumento no efetivo, e até cita que o baixo número de PRFs prejudicou a ação nas rodovias. 

 “Se temos uma equipe pequena numa manifestação entre 200 e 300 pessoas, o policial que está ali fica em desvantagem. Ele primeiro tenta conversar com os manifestantes e dialogar. Essa equipe não tem como desbloquear sozinha, é preciso pedir apoio, como aconteceu em vários estados onde pedimos ajuda da Polícia Militar. Acredito que o problema maior foi a falta de efetivo.”

Com um número pequeno de policiais nas rodovias, houve dificuldade em desbloquear as inúmeras rodovias de maneira célere, diz o PRF.

“Devido aos vários pontos de bloqueio em todo o País, tivemos essa dificuldade. Mas não houve má vontade por parte dos policiais. E em cada estado havia vários pontos e isso dificultou com relação ao material humano.”

Dorvecino Neto fica em Campo Grande até o período noturno, e participa de reunião com o deputado estadual eleito Zeca do PT e deputada federal eleita Camila Jara, ambos do PT.

“Faremos essa reunião com os membros da esquerda justamente para reforçar que os PRFs não deixaram de cumprir o dever. Se teve alguma negligência foi do alto escalão da PRF. Não podemos ser colocados no mesmo balaio.”