Política

29/09/2022 13:00

Em debate, Marquinhos fala em 'cuidar de pessoas', mas esquece favela em Campo Grande

Candidato ao governo mostra incoerência nas promessas aos sul-mato-grossenses

29/09/2022 às 13:00 | Atualizado 29/09/2022 às 17:02 Thiago de Souza
Moradores reclamaram que Marquinhos abandonou favela - Silas Lima e Reprodução SBT MS

Em sua primeira manifestação no Debate TopMídiaNews/SBT-MS, dia 26 de setembro, o candidato ao Governo, Marquinhos Trad (PSD) prometeu fazer um governo justo, caso eleito. No entanto, o histórico do ex-prefeito mostra abandono da gestão com a favela Só Por Deus, em Campo Grande.  

''Vamos fazer um governo mais justo. Eu cuidei da nossa gente'', disse Trad, nas considerações iniciais do evento. 

Porém, realidade constatada pela equipe do TopMídiaNews, em junho deste ano, no aglomerado que fica no Jardim Canguru, é outra. À época, os moradores reclamaram que o dinheiro para transformar os barracos de madeira em casas de alvenaria não saiu para todos os necessitados. 

Quem não teve a promessa cumprida ficou na dúvida sobre qual a razão de não sair o dinheiro. Muitas especulações e boatos surgiram, mas nada do pagamento. 

São 86 famílias, que foram retiradas da Favela Cidade de Deus, em 2017, com a promessa de terreno e o dinheiro para construir as casas.

Drama 

A dona de casa Ana Paula Pereira Bento, 32 anos, vive na rua Brazenor de Albres Lima. Assim como parte dos moradores, ela ganhou um cartão com crédito para a compra de materiais para construção. A casa está sendo erguida, mas metade ainda é barraco. 

Ainda conforme Bento, para construir a moradia de alvenaria, foi preciso derrubar a parte de madeira. Com isso, a chuva entrou e destruiu muita coisa. Agora, com a proximidade do frio e com três crianças em casa, tudo fica pior. 

''E eu não tenho onde ir. Não consigo pagar aluguel. E o frio, pelo amor de Deus, tem dia que a gente não aguenta'', narrou a pagadora de impostos. Ela detalha que perdeu documentos e até televisão com a invasão da água. 

A moradora seguiu com as queixas. 

''Dependendo da posição do vento, é perigoso cair o telhado na gente. Estamos sempre em risco'', detalhou a moradora, que vive há sete anos na favela.

Mais lamento 

Adriana Pereira dos Santos, 35 anos, vive em um barraco próximo ao de Ana Paula. No caso dela, uma bebezinha de nove meses na residência faz a preocupação com o frio aumentar. Santos também revela que o pesadelo maior é com a chuva. 

''Aqui quando chove, cai a água [da frente para o fundo] e vira um rio'', conta a moradora que tem metade da casa de alvenaria e outra parte madeira.