Daisa Garcia, de 29 anos, amante do candidato a deputado federal, do Republicanos, Saulo Batista da Silva, de 40 anos, disse em depoimento à Polícia que existe um histórico de relacionamento abusivo entre o casal. Ela conta que a esposa do candidato sabia do relacionamento extraconjugal, e que o esfaqueou para se defender de agressões. 

O caso foi divulgado nessa segunda-feira (26), após os três envolvidos promoverem um verdadeiro barraco em um prédio de luxo no Jardim dos Estados, em Campo Grande. Saulo, inclusive, foi socorrido e levado até a Santa Casa, mas fugiu do local antes de ser atendido. 

Conforme o site A Onça, Daisa, que estava acompanhada da advogada, afirmou que como eles haviam terminado mais uma vez, ela foi até o apartamento retirar os pertences. Segundo ela, Saulo desceu desesperado e nu. O homem teria se irritado com a presença dela, e a empurrando contra a parede. No minuto seguinte, a outra amante apareceu de lingerie. 

Daisa diz que foi agredida por Saulo e sua nova amante. E que agrediu de volta para se defender. Segundo o depoimento, no intuito de se proteger, ela sequer percebeu o momento que se apossou de uma faca e esfaqueou Saulo. 

O homem pediu por socorro enquanto a outra mulher saiu correndo. Daisa diz que, ao sair do apartamento do candidato, foi direto para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

O candidato apareceu depois em uma rádio da cidade e acusou a mulher de estar mentindo, além de desmerecer a acusação dela.

Daisa afirma que passou por um histórico intenso de relacionamento abusivo, até o desfecho de ontem.

Relacionamento abusivo

Conforme o depoimento, Daisa, afirma que tem um relacionamento com Saulo há três anos e não possui filhos em comum. Ela soube posteriormente que ele é casado e acabou aceitando, assim como a companheira dele é ciente que ele mantém esse relacionamento.

Ela conta que era digital influencer e, quando começou a se relacionar, Saulo pagava todas as suas contas. 

Em razão disso, a mulher passou a ser dependente dele, mas também ficou à mercê de seu controle. Em uma parte do depoimento, ela diz que ele se aproveitava da situação “para impor castigos”. Entre as penalidades, estava a ordem dela não sair do apartamento, não ir a determinados lugares, e ter que pedir para ir à piscina do condomínio.

Em dado momento, ela diz que percebeu estar em um relacionamento abusivo e tomou coragem de terminar tudo. Segundo a ocorrência, durante o período em que ficaram separados, Saulo enviava mensagens dizendo que se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém. 

Na versão de Daisa, o candidato chegou a criar páginas em redes sociais para ridicularizá-la. Ela diz que ele enviava fotos íntimas e chegou até a filmar uma relação sexual em que simulava estar com ela. A mulher afirma que Saulo afirmava que mandaria as fotos intimas para todos os contatos dela, inclusive a filha.

Ainda segundo a ocorrência, tudo que foi mencionado foi provado por Daisa por meio de prints de conversas e depoimentos de testemunhas. Seguindo com as ameaças, Saulo chegou a mostrar um outdoor e disse ter contratado para expor Daisa. Esse foi apenas um dos episódios, posteriormente o casal voltou.

O caso

A Polícia Civil já sabe que o esfaqueamento do candidato a deputado federal, Saulo Batista, do Republicanos, na manhã desta segunda-feira (26), é por motivos de briga com amante. Ele levou um golpe no braço e foi socorrido. 

Conforme apurado junto ao 1º Distrito Policial, Batista teria uma amante, identificada como Daisa, que frequenta o mesmo flat de luxo dele, na travessa Ana Vani, no centro de Campo Grande.

Conforme o boletim de ocorrência, Saulo e Daisa discutiam pela manhã, quando uma funcionária do flat apartou os dois e levou a mulher para outro aposento, que também é de uso do político. Instantes depois, a trabalhadora e outras pessoas viram Batista ensanguentado. Enquanto o socorro era acionado, a suspeita fugiu. 

A outra acompanhante de Saulo, identificada como ''Laila'', revelou que estava com o homem no andar de cima, quando ouviu uma discussão e gritos de socorro. A vítima das facadas contou que Daisa, sua ex-companheira, teria tentado lhe matar.

Laila, segue o registro, correu e foi perseguida por Daisa, mas conseguiu se abrigar em um apartamento em manutenção. 

A tarde, a suspeita se apresentou à polícia. Ela diz que tem medida protetiva contra Saulo, mas que, mesmo assim, mantinha relação com ele. Na versão dela, Laila e Batista teriam tentado matá-la e pegou ''qualquer coisa'' para se defender.  A suspeita foi presa em flagrante.

Conforme a Santa Casa, Saulo foi socorrido pelo Samu e deu entrada com marcas de facadas e arranhões na região do tórax. Ele não esperou a finalização do atendimento e fugiu, por volta das 15h18.