Trabalhadores da enfermagem da Santa Casa de Campo Grande realizaram, nesta terça-feira (20), nova paralisação, com passeata até à sede da prefeitura. Eles lutam por reajuste salarial, uma vez que os valores estão defasados e a nova lei do piso da categoria está suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Apenas 30% dos servidores participam da manifestação para garantir que os pacientes continuem sendo assistidos. 

O presidente do SIEMS (Sindicado de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lazaro Santana, destaca que o movimento busca um acordo coletivo de trabalho na Santa Casa, com ajuda da prefeitura.

Segundo ele, a instituição recebe anualmente, no mês de março, um acordo com pautas de reivindicação e, nas cláusulas, está o reajuste salarial dos trabalhadores. 

"Em março encaminhamos a pauta e tivemos duas reuniões até a presente data onde a empresa apontou reajuste zero para os trabalhadores alegando que não tem contrato firmado ainda com a prefeitura e nem o contrato reajustável, eles estavam buscando recursos para negociar", explica.

Entretanto, Lazaro aponta que a Santa Casa não tem nenhum agendamento de reunião com a prefeitura, o que mostra que as negociações entre eles está parada, assim o sindicato vai pessoalmente tentar conversar com a prefeita Adriane Lopes (PSD).

"Por conta disso, os trabalhadores decidiram fazer uma passeata até a prefeitura para uma reunião que solicitamos na quinta-feira com a prefeita Adriane Lopes, para dar uma devolutiva que dê continuidade nas negociações com a instituição", destaca.

Ao menos 100 enfermeiros aderiram à passeata. "Vale ressaltar que hoje, na Santa Casa, estamos com 300 profissionais afastados por adoecimento, o quadro já está defasado, nós queremos que o poder público chegue a uma decisão final e resolva nosso problema", disse.

Em apoio ao movimento, um técnico de enfermagem, de 46 anos, reforça o time que busca pelos direitos trabalhistas e lamenta o descaso e a falta de reconhecimento com a classe.

"Não estamos cobrando nada mais do que nossos direitos de quem trabalha tanto, nós somos os heróis que diziam tanto e hoje em dia não recebemos aumento, nada mais justo do que dar um salário digno para quem realmente trabalha pela saúde do povo", expressa.

Para o trabalhador, a suspensão do reajuste pelo STF foi uma vergonha. "Quantos anos sem aumento salarial e, depois de tantas batalhas que enfrentamos, as pessoas não têm um pingo de reconhecimento pela nossa profissão, lamentável".