Feminicídio

12/09/2022 09:45

Adolescente confessa ter assassinado indígena de 13 anos por ciúmes

Ariane foi morta por não aceitar relacionamento amoroso com o suspeito

12/09/2022 às 09:45 | Atualizado 12/09/2022 às 09:46 Dayane Medina
Ariane, vítima de feminicídio na Aldeia Bororó - Repórter Top/Osvaldo Duarte Dourados News

O adolescente de 17 anos, detido neste domingo (11), por lideranças indígenas da Aldeia Bororó, confessou ter matado Ariane Oliveira Canteiro, 13 anos, desaparecida desde o dia 2 de setembro, por ciúmes. Ele disse que Ariane não aceitou pedido de namoro e tinha interesse por outro rapaz.

O corpo da menina foi encontrado na tarde de ontem, em avançado estado de decomposição, no interior de uma mata às margens da rodovia MS-156, que liga Dourados a Itaporã.

Na delegacia, o adolescente informou em depoimento que retirou a garota a força pelos fundos da casa dela, levando até uma mata, onde a matou por asfixia, por ela não aceitar um relacionamento amoroso.

O delegado de plantão disse que a polícia investiga se a adolescente foi abusada sexualmente pelo criminoso, já que o corpo foi encontrado sem parte das roupas.

O suspeito foi transferido nesta manhã da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) para Unei (Unidade Educacional de Internação) Laranja Doce, em Dourados, pelos atos infracionais análogos aos crimes de feminicídio e “ocultação de cadáver”, segundo nota divulgada pela Polícia Civil. 

Ameaças e morte da indígena

Segundos antes de sumir, Ariane recebeu mensagens ameaçadoras. Conforme apurado pelo TopMídiaNews, junto a um jornalista local, a garota estava em casa, assistindo algo no celular da mãe, quando recebeu mensagens e, logo em seguida, saiu sozinha e não deu mais notícias. 

Um bilhete ameaçador dizia que Ariane iria morrer, a ''família dela iria sofrer muito'' e a ''mãe iria chorar''. 

 

Ontem, no 1º Distrito Policial de Dourados o menor chegou a confessar que matou a menina no dia do desaparecimento. Ariane é neta do cacique da aldeia Getúlio de Oliveira.

O suspeito foi localizado nas redondezas e conduzido pela equipe da Polícia Civil com o apoio da liderança da Reserva Indígena e encaminhado para Unei Laranja Doce nesta segunda-feira. 

Mesmo ele tendo confessado que matou por asfixia, as causas da morte ainda não podem ser definidas, em função do avançado estado de decomposição do corpo.