15/07/2022 16:49
Petista pediu para rival baixar arma antes de ser morto
A delegada descarta a hipótese de legítima defesa, sustentada pelos advogados que representam o policial penal
A Polícia Civil do Paraná deu informação dos momentos que antecederam o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, enquanto comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT em Foz do Iguaçu.
Segundo informado, com arma em punho, a vítima fez um apelo ao atirador: "Abaixa a arma que aqui só tem família", gritou, de acordo com relatos e imagens de câmeras de segurança.
Após ser informado em um churrasco com amigos de que havia uma festa temática do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ir até lá de carro com música em referência a Bolsonaro, o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, que foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, se envolveu em uma discussão com o aniversariante, que atirou terra no seu veículo.
O portão que dá acesso ao local da festa estava fechado, de acordo com a investigação.
Ao abri-lo para entrar, o suspeito foi abordado pelo caseiro. "Aí ele disse: 'sai da frente! O problema não é com você e eu vou entrar", relatou a delegada Camila Cecconello, da DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa).
Em seguida, Guaranho estaciona o veículo e desce em frente à festa, como mostram as imagens do circuito interno. Convidados entram no salão para avisar o aniversariante. "Podemos ver que a vítima carrega a sua arma e a coloca na cintura", narra.
“Ao ver a vítima, o policial penal saca a arma, de acordo com o relato dado pela delegada com base nas imagens e nos depoimentos. Nesse momento, a policial civil Pâmela Suellen Silva, esposa de Arruda, aparece na cena para mostrar o seu distintivo e pedir que o atirador abaixe a arma. Mas ele não a obedece.
Na sequência das imagens, a vítima e autor ficam de três a quatro segundos apontando a arma um para o outro.
A vítima disse: 'Abaixa a arma, aqui é polícia, aqui só tem família'. O agente penitenciário respondeu: 'Abaixa a arma você'. Até que ele efetuou alguns disparos.
A delegada descarta a hipótese de legítima defesa, sustentada pelos advogados que representam o policial penal.