Política

22/06/2022 07:46

PF prende ex-ministro da Educação de Bolsonaro; presidente colocava 'cara no fogo' por ele

Operação faz parte de investigação da atuação informal de pastores na liberação de verbas do Ministério da Educação

22/06/2022 às 07:46 | Atualizado 22/06/2022 às 08:21 Rayani Santa Cruz
PF realiza operação para prender ex-ministro Milton Ribeiro - Isac Nóbrega/ PR/ Agência Brasil

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (22) uma operação que tem como alvos o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores suspeitos de montar um gabinete paralelo para liberação de verbas dentro do MEC. As informações são do G1 e R7.

A TV Globo apurou que Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura são alvos de mandados de prisão. O ex-ministro já teria sido preso.

Conforme o portal, a PF investiga Ribeiro por suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do ministério. Há suspeita de cobrança de propina.

O inquérito foi aberto após o jornal "O Estado de S. Paulo" revelar, em março, a existência de um "gabinete paralelo" dentro do MEC controlado pelos pastores.

Dias depois, o jornal "Folha de S.Paulo" divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.

"Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar", disse o ministro no áudio.

"Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", complementou Ribeiro.

Após a revelação do áudio, Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação.

Tráfico de influência

De acordo com apuração da TV Globo, a operação deflagrada nesta quarta investiga a prática de tráfico de influência e corrupção na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação.

Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.

O g1 ligou por volta das 8h para um telefone de Gilmar Santos, mas o número estava desligado.