Política

28/04/2022 09:30

Vereadora Camila Jara defende uso de maconha para fins medicinais em Campo Grande

Tema foi alvo de debate em audiência pública realizada na Câmara com a presença de pacientes que usam a substância para tratamento de saúde; você é a favor ou contra?

28/04/2022 às 09:30 | Atualizado 28/04/2022 às 09:33 Rayani Santa Cruz
Vereadora Camila Jara debate uso de maconha para fins medicinais - Isaias Medeiros/ Câmara

A vereadora Camila Jara (PT) defende o uso da maconha para fins medicinais e tratamentos de saúde em Campo Grande. A parlamentar ousou e trouxe o tema polêmico para discussão na Câmara, em audiência pública realizada nessa quarta-feira (27).

Vestida com uma camiseta verde com imagem da canabbis, a vereadora deu a palavra a especialistas e pessoas que contaram suas histórias sobre a terapia com a substância.

A audiência ‘Direito à Saúde em Meio ao Proibicionismo’ foi a primeira com a temática na história de cidade, onde foi debatido o uso de cannabis medicinal no Brasil. Dezenas de pessoas participaram e puderam tirar dúvidas sobre o tratamento.

Foi presa

Diretora da Associação Divina Flor, Jéssica Albuquerque, disse que é paciente após ser diagnosticada com 'paralisia de Bell' em 2019. "Descobri que a cannabis em forma de óleo podeira tratar melhor a minha face, que caiu após eu ter a paralisia. Então, eu procurei saber mais sobre o uso medicinal", disse ela, que fez um curso e encontrou mais de 80 mães que buscavam informações para ajudar os seus filhos.

Jéssica disse, ainda, que foi presa por tráfico após ser encontrada com 100ml do óleo, que era seu remédio, e que até hoje sofre processo judicial pela condição. Segundo ela, ao sair do presídio, decidiu montar a associação com CNPJ e toda a documentação para conseguir fazer seu medicamento e ajudar outras pessoas.

Mais informações

O psiquiatra Wilson Lessa disse que ainda é preciso correr atrás de informação de qualidade. “Não estamos aqui para mostrar que existe risco, porque de fato existe. Estamos para informar os benefícios e também os riscos, e também precisamos separar o uso medicinal do uso recreativo, que não é a pauta desta audiência. Existe um produto na farmácia hoje liberado no Brasil, mas ele custa quase R$ 2.400, mas quem é beneficiado com isso? Isso não está na realidade das famílias”, argumenta.

(O psiquiatra Wilson disse que também tem toxicidade na planta e que é preciso ter cuidado. Foto: Facebook/ Câmara)

Medicamento

Dra. Anana Chaves diz que a cannabis é uma forma de tratamento que ainda não é considerada viável por muitos médicos. “Existem remédios prescritos que não ajudam tanto em alguns acasos, e mesmo assim são prescritos. Não estou demonizando esses remédios, eu também prescrevo, mas há situações em que é preciso olhar para tratamentos alternativos”.

Fabianne Rezek, mãe de um menino que precisou ser tratado com o óleo da cannabis, comentou sobre as mudanças e benefícios que ele teve como paciente. Ao final do relato, a mulher foi enfática: “a cannabis é remédio sim, é barata e principalmente é eficaz”.

Veja a audiência pública: