Campo Grande

27/04/2022 09:06

‘Jamilzinho’, Marcelo Rios e Fahd Jamil se livram de júri após decisão do TJMS

Eles seriam julgados pela execução do policial reformado Ilson Martins de Figueiredo; o trio se livrou, por enquanto, de ser julgado após operação Omertà

27/04/2022 às 09:06 | Atualizado 27/04/2022 às 09:13 Rayani Santa Cruz
Ilson Martins de Figueiredo foi executado a tiros em 2018 - Anna Gomes/ Arquivo TopMídiaNews

Jamil Filho o “Jamilzinho”, Fahd Jamil e Marcelo Rios não serão mais julgados pela execução do policial militar reformado Ilson Martins de Figueiredo, em 2018. O crime ocorreu, na avenida Guaicurus, bairro Universitário, em Campo Grande.

A decisão do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, teve como alegação principal: a falta de provas. Ele justificou que faltava provar suficientemente que os três acusados teriam relação com a execução do policial. 

Conforme os registros, no dia em que foi assassinado o PM reformado Ilson Figueiredo seguia com seu carro pela avenida Guaicurus, quando foi atingido com cerca de 45 tiros de tiros de fuzil AK 47 e fuzil 556. Ele perdeu o controle da direção e bateu em um muro de um comércio. A vítima morreu no local.

No decorrer das investigações, a acusação indicou que o policial foi morto por vingança. Ele estaria supostamente envolvido no desaparecimento e na morte de Daniel Alvarez George, filho de Fahd Jamil, em 2011. O corpo nunca foi achado.

Falta do corpo

O juiz Aluizio considerou que a falta da apresentação do corpo de Daniel Alvarez George, e falta de laudo relacionando o desaparecimento com Ilson Figueiredo demonstram que a acusação apenas deduziu os motivos.

"Tem-se apenas deduções contidas nas investigações que soam neste processo de que Daniel foi assassinado, decorrendo a segunda dedução de que o pai Fahad planejou a execução dos algozes, dentre eles, a terceira dedução, que foi Ilson", disse o juiz.

O juiz ainda ressaltou que os indícios de autoria e participação atribuída aos acusados com a respectiva "divisão de tarefas" se deu sob as "suspeitas de que Ilson teria sido a última pessoa que esteve com Daniel antes de desaparecer". Ele justifica que a suspeita se fragilizou, pois, no inquérito o policial Ilson “sequer foi investigado ou indiciado como autor ou partícipe da morte de Daniel”.

Outro argumento foi de que os projeteis encontrados na cena do crime não correspondiam as armas do arsenal apreendido na casa de Jamil Name. 

“Verifica-se que os autos carecem de elementos de convicção suficientes em relação à autoria delitiva em desfavor dos indiciados não havendo no procedimento indícios aptos a embasar o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, disse o juiz em sua decisão que completou:

“Não há indícios suficientes para inferir que Fahd, Jamil Filho e Marcelo Rios participaram do assassinato de Ilson, salvo conjecturas ou ilações”.

Ainda existe a possibilidade da investigação ser reaberta, caso surjam novas provas.

Envolvidos no processo

A acusação do Ministério Público afirma em documento que Fahd Jamil e Jamil Name Filho eram líderes de uma organização criminosa com atuação em Ponta Porã e Campo Grande. Segundo o documento, eles “atuavam na prática de ilícitos por questões pessoais e financeiras dentre as quais se incluía o assassinato de rivais”.

O ex-guarda municipal Marcelo Rios é apontado como "homem de confiança" dos líderes da organização da Capital  [ Jamil pai e Jamil filho e atuava como “gerente”, recebendo ordens e repassando aos outros, articulando e fornecendo suporte, com armas para o sucesso das missões.

Outras quatro pessoas foram acusadas de participação na morte de Ilson Martins: os foragidos Melcíades Aldana [apontado como homem de confiança de Fahd e que atuava em Ponta Porã] e Juanil Miranda Lima [acusado de ser executor e auxiliar de Marcelo Rios na Capital].

Também aparece no processo o outro filho de Fahd Jamil:  Flávio Correia Jamil Georges [que compareceu espontaneamente, desmembrando-se o no dia 01.03.2021].