Interior

13/03/2022 09:53

'Acabamos de sepultar ele com muita dor', diz vó de bebê que morreu após parto

Família aponta negligência de hospital em Porto Murtinho

13/03/2022 às 09:53 | Atualizado 13/03/2022 às 16:52 Nathalia Pelzl
Jovem mãe ao lado do caixão do filho - Arquivo pessoal

Dor, desespero, tristeza, inconformismo, esses são os sentimentos da família de um bebê que morreu após o parto ser realizado na sexta-feira (11), no Hospital Municipal Hospital Oscar Ramires, em Porto Murtinho.

A família alega negligência médica por parte da equipe que atendeu a gestante. 

Quem conta a história é a avó do bebê, Evani Perin, 50 anos. Segundo ela, o filho e a nora dela, de 24 anos, teriam dado entrada na última quinta-feira (10). 

“Minha nora entrou 12h para ter o bebê na quinta-feira, quando o médico foi lá, olhou ela e fez o toque, ela estava com dilatação de 1 centímetro, induziu o parto e saiu da sala, ele nem ia ver ela, só as enfermeiras, foi passando o dia, quando chegou sexta-feira, olhou no meu filho e minha nora e riu, e disse: ‘vocês estão aqui ainda’, pegou, saiu do plantão dele e foi embora”, disse em lágrimas, na manhã deste domingo (13), após enterrar o pequeno.

“Quando foi 14h na sexta-feira, entrou no plantão outro médico, ele olhou nela e falou ‘não, você tem que fazer a cesárea agora’. Ele avisou que 16h faria o parto, mandou enfermeiros para sala de cirurgia, tirou o bebê, mas ele já nasceu sem vida, ele reanimou o bebê, tiraram meu filho para fora, e o bebê conseguiu reviver, colocaram na incubadora, esse segundo médico fez de tudo para salvar o bebê, mas ontem 10h da manhã, a glicemia do bebê estava baixa, ai eles falaram para tirar da incubadora e dar o leite materno, mas quando tirou, ele já não aguentava abrir a boquinha e deu parada cardíaca”, seguiu desabafando Evani. 

Segundo neto de Evani, o bebê foi muito esperado e já era muito amado por todos. 

“Ele era perfeito, o que estamos revoltados é que eles não entregaram prontuário. Minha nora o pegou no colo já sem vida, nem deu mama”, revelou a avó. 

A revolta da família é devida as condições dadas ao pequeno. Evani destaca que no hospital não há incubadoras e nem equipamentos corretos. 

Segundo ela, esse seria o terceiro óbito de criança em menos de um mês.  A família destaca e pontua que a jovem não teve nenhum problema durante a gestação. 

O diretor do hospital, Vilson Campo destacou, na manhã de hoje (13), que todas as providências estão sendo tomadas para apurar o fato.