05/03/2022 07:00
Batida de porta e parada em mercado: folgados dão dor de cabeça em apps de Campo Grande
Um condutor ficou preso em um condomínio sem porteiro. Senta que lá vem história!
Quando o assunto é gente folgada, motoristas de aplicativo têm histórias de sobra para contar, em Campo Grande. Tem batida forte de porta, nota de 100 para pagar corrida de R$ 7 e muito mais. Então senta que lá vem história!
Um dos relatos vem de uma motorista de 44 anos, que roda cerca de oito horas por dia. Ela não quis divulgar o nome, por questões de segurança, mas tem muito a reclamar. Aqui ela terá o nome fictício de ‘’Clara’’.
Clara lembra que chegou para buscar passageiros, com destino ao Guanandi. No local, descobriu que seriam seis pessoas, sendo três adultos e crianças de quatro, cinco e sete anos. De pronto disse que não poderia levar seis em um carro. Foi aí que a reclamação começou.
‘’Ah, mas todo mundo leva, a gente vai no colo’’, disse a passageira para Clara. A motorista argumentou várias vezes e teve de ouvir que era mal-educada.
Clara bateu o pé e não iniciou a corrida. Além disso, informou o app sobre o caso e foi embora.
‘’Dias depois aparece o comentário no aplicativo: ‘a motorista não quis levar porque havia criança de colo'’’, relata Clara. Ela ficou indignada, já que a reclamação da passageira fica exposta no sistema.
‘’Não tinha criança de colo. Além disso, ela marcou que eu dirigia perigosamente. Mas como ela sabe que eu dirijo assim, se eu nem fiz a corrida?’’, lamentou a motorista.
Batida de porta também incomoda motoristas. (Foto: Silas Lima)
Mais dor de cabeça
Clara lembra que pegou duas adolescentes e um rapaz, em um local onde havia muitos usuários de drogas, os ‘’Zé droguinhas’’, como ela diz. No caminho, uma das garotas pediu para parar em uma lanchonete, a fim de trocar o dinheiro da corrida.
Ao voltar para o carro, a adolescente pediu que a motorista mentisse aos parentes dela, caso fosse perguntada onde estavam.
‘’Eu falei não. Não vou mentir’’, disparou a motorista. Clara atendeu o pedido da garota e parou o carro alguns metros antes do destino, para não ser vista pelos pais. Mesmo assim, um parente da jovem cercou a condutora.
‘’Ele veio bufando e perguntou onde eu peguei elas e que eu estava carregando menor sem autorização. Disse que iria me processar’’, relatou Clara. Ela respondeu que a aplicativo estava com o nome da menor e não tem como saber quem é adulto ou menor.
Durante bate-boca, Clara foi corajosa e revelou onde a parente dele estava.
‘’Olha meu senhor, ela já está ensinando a outra garota a mentir. Levante a mão pro céu por eu ter trazido ela, porque ela estava em uma boca de fumo’’, respondeu a motorista.
Preso em condomínio
Outro condutor, de 27 anos e que roda há dois anos, lamenta o fato de passageiros fazerem o que querem, simplesmente porque estão pagando R$ 5,50 em uma corrida.
O motorista lembra de um fato inusitado. Desembarcou a passageira em um condomínio fechado, que não tem porteiro. A cliente entrou no imóvel e esqueceu de abrir o portão.
‘’Não consegui entrar em contato com a moradora. Não sabia a torre nem apartamento que ela morava. Esperei quase 1 hora, até um morador chegar e eu consegui sair’’, lembrou o jovem, que agora não entra mais em condomínio.
Os relatos são muitos, sobretudo consumo e derramamento de bebida dentro do carro. A famosa ‘’parada rápida’’ em supermercado ou farmácias também incomoda os apps. Eles lembram que é possível fazer a pausa, mas é preciso programar no aplicativo e o condutor receber por isso.
Tem algum relato inusitado para nos contar? Entre em contato com o Repórter Top (67) 9 9826-0686.