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25/02/2022 18:12

Especialista critica pesquisa que mostra Bolsonaro à frente de Lula

Cientista político diz que levantamento pode ter ouvido mais eleitores do atual presidente

25/02/2022 às 18:12 | Atualizado 25/02/2022 às 17:35 Thiago de Souza
Pesquisa gera desconfiança em especialistas - Ricardo Stuckert e Carolina Antunes

Especialistas criticaram a metodologia, da pesquisa eleitoral para presidência da República, divulgada pela Futura Inteligência, na quarta-feira (23). No levantamento, Lula e Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados. 

Segundo o UOL, há indícios de super-representação de eleitores bolsonaristas na pesquisa. O instituto foi questionado pelo site e, até a data da publicação da matéria, 24 de fevereiro, não havia retornado.  

A pesquisa foi encomendada pelo Modal, banco de Investimentos do Grupo XP. Nele, Lula aparece com 35% das intenções e Bolsonaro 34,7%. Entre os outros principais candidatos, Sérgio Moro vem em seguida, com 7,5%; Ciro Gomes, com 5,8% e João Doria com 1,8%.  

Ainda conforme o site, na pesquisa espontânea, quando se pergunta apenas em quem o eleitor vai votar, Bolsonaro aparece à frente, com 34,3% e 33,3% de Lula.  

Explicação 

O UOL entrevistou especialistas para saber o porquê da pesquisa da Futura/Modalmais ser diferente das demais análises. 

Antonio Lavareda é presidente do Conselho Científico do Ipespe. Ele diz que a primeira pesquisa divulgada pela Futura, em 25 de janeiro, já mostrava diferença menor entre Lula e Bolsonaro. 

Lavareda explica que, na pesquisa de janeiro, a Futura questionava primeiro em quem a pessoa votou em 2018 e depois fazia a pergunta sobre quem ela vai votar em 2022. Na visão do especialista, isso influencia o resultado. 

"Significa que parte dos eleitores pode ficar constrangida a dizer que não vai votar como votou em 2018. O mais correto é que a pergunta sobre as eleições anteriores seja a última a ser feita’’, diz Lavareda. 

Outro ponto destacado é que, no relatório da primeira pesquisa da Futura, em janeiro, o instituto perguntou em quem a pessoa havia votado em 2018. Lavareda diz que a diferença entre quem disse que votou em Bolsonaro e o que de fato ocorreu nas eleições de 2018 é grande e supõe que mais eleitores do atual presidente foram entrevistados.

Na pesquisa de fevereiro, a Futura informou o TSE que não fez a pergunta sobre em quem o eleitor votou em 2018.