Política

há 2 anos

Lula critica precarização de trabalhadores de aplicativo e cita exemplo que deu certo

23/02/2022 às 14:36 | Atualizado 23/02/2022 às 14:20 Diana Christie
Entregadores protestaram por mais direitos em Campo Grande - Wesley Ortiz

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a reforma trabalhista, aprovada em 2017 pela gestão de Michel Temer, e destacou a ausência de amparo para os trabalhadores de aplicativos, uma das categorias que mais sofre com a falta de vínculo com as grandes empresas.

“Agora, o que eles fizeram foi destruir o direito dos trabalhadores. Trabalhador que trabalha em aplicativo não tem direito a nada, não tem direito a descanso semanal remunerado, não tem direito a férias, não tem direito a 13º [salário], e não tem seguridade nenhuma. Quando o carro bate é que ele percebe que está abandonado, quando a bicicleta bate é que ele percebe que está abandonado”, exemplificou, em entrevista à Rádio Passos FM nesta terça-feira (22/2).

Segundo o Correio Brasiliense, o petista mencionou o caso do aplicativo criado pela prefeitura de Araraquara (SP), cidade comandada por Edinho Silva (PT), como exemplo de solução para o problema. Adotado no município do interior paulista, o Bibi Mob presta os mesmos serviços da Uber e da 99, mas com diferença nas tarifas: motoristas recebem até 95% do valor da corrida.

“O que ele (Edinho Silva) está fazendo, se der certo, é uma revolução para que todos os prefeitos do Brasil organizem aplicativos nas suas cidades e o povo não seja escravo de uma empresa estrangeira, de uma multinacional, ou sei lá de quem. Que seja efetivamente trabalhador, com carteira assinada, com jornada de trabalho e com direito a descanso remunerado para cuidar da sua família. É esse Brasil que nós queremos construir e é esse tipo de discussão que a gente vai querer fazer para rediscutir a questão do mundo do trabalho nesse país”, concluiu.