há 2 anos
PM diz que jovem 'bateu rosto no poste' após denúncia de abuso de autoridade em MS
Defesa do jovem de 19 anos alega que equipe policial deve ser investigada
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul afirmou, em nota, que a denúncia de abuso de autoridade em Amambai-MS, em que um jovem de 19 anos teria sido brutalmente espancado, se trata, na verdade, de uma tentativa de escapar da abordagem policial e batida do rosto em um poste.
De acordo com advogado da vítima, Marcos Patrick Resende, o jovem usa remédio controlado e ficou dois dias preso, sem comida e sem a medicação.
A PM diz que o caso foi registrado pela 3ª Companhia Independente da PMMS, uma ocorrência no dia 14 de fevereiro de 2022, onde o jovem foi detido por suspeita de "Desacato, Desobediência, Ameaça e Perturbação do Sossego Alheio."
"Segundo o registro do BOPM, o suspeito, na tentativa de se esquivar da abordagem, saiu correndo, momento que perdeu o equilíbrio e bateu com o rosto em um poste. O fato foi presenciado por testemunhas e o jovem encaminhado para atendimento médico, antes de ser levado à Delegacia", diz trecho da nota.
Ainda conforme a PM, o "Comandante da 3ª CIPM irá instaurar procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do caso".
O caso
Estudante de 19 anos teria sido brutalmente espancado durante abordagem da Polícia Militar, na cidade de Amambai. De acordo com advogado da vítima, Marcos Patrick Resende, o jovem usa remédio controlado e ficou dois dias preso, sem comida e sem a medicação.
As supostas agressões causaram diversas lesões no rosto do rapaz, que precisou levar pontos.
Na delegacia, o jovem foi acusado de “desacato, perturbação do trabalho ou sossego alheios e resistência”.
No documento, está escrito que, no dia 15 de fevereiro, o rapaz chegou a um comércio da cidade e passou a perturbar o proprietário e clientes; o responsável teria acionado a PM e pedido que ele fosse embora. No BO, ainda é citado que, na abordagem, o rapaz xingou os policiais, se debateu e que caiu no chão, motivo dos cortes na face.
O advogado Marcos Patrick Resende contesta o boletim e diz que, após preso em flagrante, o cliente ainda passou dois dias sem medicamento e sem comida. Ele alega que fez solicitação para a entrada de alimento, e lhe foi negado.
“Fiz contato com a Polícia Civil para autorizarem a entrada de uma marmita, me foi negado, ou seja, somente no terceiro dia, meu cliente foi comer, pois o Juiz aceitou o relaxamento da prisão para o mesmo responder em liberdade pelo abuso de autoridade. Excesso de força para a prisão, bem como versões que até mesmo mencionou que estaria portando drogas, fato que não constava em nenhum depoimento dos outros policiais e das testemunhas, nem mesmo do delegado.”
Resende se indignou com o caso, e pede que os direitos humanos sejam respeitados. Por enquanto, o rapaz passou pela audiência de custódia e foi liberado acompanhado da defesa.