Polícia

08/02/2022 09:30

Campo Grande tem segundo feminicídio no ano em menos de 15 dias

Francielle foi torturada até a morte, enquanto Natalin teve seu pescoço quebrado; crueldade em casos chamam a atenção

08/02/2022 às 09:30 | Atualizado 08/02/2022 às 09:16 Vinicius Costa
Natalin é o segundo caso de feminicídio em menos de duas semanas em Campo Grande - Reprodução/Facebook

Os nomes de Francielle Guimarães Alcântara, 36 anos, e Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, devem ser lembrados por muito tempo devido a forma como morreram nas últimas semanas, em Campo Grande. Os dois feminicídios aconteceram em menos de duas semanas e abrem a triste estatística de mortes de mulheres na cidade no ano de 2022.

O primeiro caso e bastante chocante foi o de Francielle, que viveu sob cárcere privado, foi agredida e torturada até sua morte na madrugada do dia 26 de janeiro. O responsável pelo crime bárbaro? Seu marido, Adaílton Freixeira da Silva, 46 anos.

Ele a manteve trancada e vigiada desde o primeiro dia deste ano em uma 'casa de horror' no Portal Caiobá.

Na noite em que a mulher não resistiu e morreu, ele decidiu deixar o local e foi encontrado uma três dias depois na rodoviária de Cuiabá, onde foi preso e transportado de volta para Campo Grande, onde permanece preso e vai responder pelo caso de feminicídio, tortura e cárcere privado.

Francielle foi encontrada com vários hematomas, dente quebrado, unhas cortadas, nádegas na gordura viva que ela tentava curar com bandagens.

Na casa viviam Adaílton, Francielle e os dois filhos: um de 17 anos e uma criança de 1 ano e 8 meses.

Segundo feminicídio

O segundo feminicídio em Campo Grande aconteceu no último domingo (6), quando a Polícia Civil encontrou o corpo de Natalin nas margens de uma fazenda localizada na BR-060.

A crueldade no caso também voltou a chamar a atenção das autoridades, que relataram que a jovem estava com agressões visíveis em um dos braços e seu pescoço foi quebrado. Diferentemente de Francielle, Natalin foi encontrada com todas suas vestimentas intactas.

O caso foi inicialmente tratado como morte a esclarecer, mas devido à gravidade dos fatos, ele foi encaminhado para a DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), que ouviu o principal suspeito de ter cometido o assassinato, Tamerson de Souza, 31 anos e militar da aeronáutica.

Ele foi preso e devidamente encaminhado para a Base Aérea. No seu depoimento, ele permaneceu em silêncio e não quis responder aos questionamentos das delegadas atuantes no caso.

A suspeita é que o marido teria matado a mulher dias antes de ter ocultado o cadáver da vítima na rodovia.