Campo Grande

05/02/2022 09:30

Jovem diz que irmão foi cúmplice de morte e tortura da mãe no Caiobá

Francielle Alcântara passou um mês sofrendo barbaridades antes de morrer

05/02/2022 às 09:30 | Atualizado 05/02/2022 às 15:36 Thiago de Souza e Vinicius Squinelo
Filha suspeita de envolvimento do irmão - Reprodução Facebook

Erika Guimarães, 21 anos, disse que o irmão, de 17 anos, pode ter envolvimento na morte da mãe deles, no dia 25 de janeiro, no Portal Caiobá. Francielle Alcântara, 36 anos, foi torturada por um mês até morrer, em Campo Grande. 

Conforme dito à imprensa, na Delegacia de Atendimento à Mulher, Erika disse que alertou várias vezes que a mãe sofria violência de Adailton Freixeiro da Silva, 46 anos, mas ninguém tomou providências. 

‘’Eu acredito, porque fui na casa da minha mãe e vi ela machucada. Ele [irmão] podia sair de casa, mas não fez nada’’, refletiu a jovem. 

‘’O Adailton não ficava com a arma 24 horas na cabeça dele... ele poderia ter fugido com minha mãe, poderia ter denunciado’’, reflete novamente a filha de Francielle. 

À polícia, o adolescente contou que vivia sobre tortura psicológica e que era ameaçado se denunciasse as agressões. 

Em um trecho da fala, Erika relembra que a mãe foi lhe visitar e recebeu um telefonema do irmão, pedindo que ela fosse até à casa da sogra dele. A filha alertou Francielle para não ir. 

‘’Mãe, não vai... isso é uma casinha [armadilha ou emboscada] que tão armando para você’’, relembrou a filha de Francielle. 

Érika contou que a mãe tentou dar uma boa criação ao irmão, mas sempre que era corrigido, ele ameaçava contar tudo para o pai dele. 

‘’Era o escape dele, sempre dizer que iria contar para o pai’’, desabafou Erika. 

A jovem diz que chamou a polícia para tentar acabar com o sofrimento da mãe e alertou várias vezes o irmão e parentes sobre o caso. 

Tortura e morte 

Francielle foi achada morta, em casa, pelos familiares, na noite de 25 de janeiro, no Portal Caiobá. O Samu foi acionado e constatou o óbito. 

Na delegacia, o delegado Camilo Kettenhuber desconfiou do caso e pediu informações sobre o estado do corpo. A suspeita dele foi confirmada e o IMOL confirmou lesões compatíveis com tortura. 

A investigação ouviu familiares e o filho da vítima, que relataram que a mulher e o filho dela, um adolescente de 17 anos, sofreram tortura e violência psicológica por um mês. 

A vítima sofreu tanta agressão física, que ela ficou sem pele nas nágedas, que já estava com a camada de gordura exposta, segundo a Polícia Civil. 

O motivo de tanta violência, apurou o delegado, é que Adailton teria descoberto uma traição de Francielle e por isso passou a destruir a vida dela. Um dos filhos da vítima seria fruto de um relacionamento extraconjugal. 

Como o caso envolve feminicídio, está nas mãos da Deam.