04/02/2022 17:00
PRF morto no Santa Fé é um dos quatro policiais que tiraram a vida em duas semanas
Sindicatos lamentaram e dizem que cobram políticas públicas em prol da saúde mental de seus membros
A mais recente vítima de suicídio em Campo Grande, foi o policial rodoviário federal, André Cassiano Messias Valdameri, 28 anos, nesta sexta-feira (4), no bairro Santa Fé. Ele é o quarto policial a tirar a própria vida, em um intervalo de apenas 16 dias.
Segundo o site Central Sul News, André foi policial militar do Batalhão de Choque no Paraná. Ele estava há apenas um mês na PRF em MS e foi achado morto com um tiro, dentro do próprio apartamento.
Vidas a menos
No dia 24 de janeiro, a perita papiloscopista, Viviane Jesus de Souza, foi achada morta, com um tiro, dentro de um motel, no Jardim Paulista, em Campo Grande.
A vítima passou dois dias e meio no estabelecimento e chegou a sair uma vez e voltar. Ela passou uma noite junto de um homem, que depois foi embora. No final da manhã, testemunhas ouviram um tiro vindo do quarto dela e chamaram a polícia.
O dia 20 de janeiro foi o mais trágico para a segurança pública de MS, quando dois de seus membros desistiram de viver. A primeira vítima foi o tenente da PMMS, Edson Henrique Yamamoto, 31 anos. Ele foi achado morto em um hotel, na avenida Calógeras, durante a tarde.
Yamamoto comandava o policiamento de Paraíso das Águas. A cidade decretou luto oficial de três dias pelo ocorrido.
Instantes depois, no mesmo dia, o ex-agente da Guarda Civil Metropolitana, Neiton de Assis Alves de Paiva, também tirou a vida, aos 38 anos. Ele foi achado morto em casa, no Jardim Petrópolis, em Campo Grande.
Paiva não integrava mais a GCM da Capital, em razão de ter se envolvido em um transporte de produtos contrabandeados na fronteira. No caso dele, era sabido que o agente sofria de depressão.
O sindicato que representa os papiloscopistas lamentou a morte da perita Viviane. Já o Sinpol, que atua em defesa dos policiais civis, disse que tem um trabalho para identificar membros com comportamento alterado e ou depressão.
O Sinpol disse que cobra o governo por políticas públicas para prevenção e tratamento da saúde mental de seus agentes.
Valorização da vida
Um suicídio afeta ao menos seis pessoas que estavam ligadas à vítima. Se você estiver passando por problemas, procure ajuda.
O Grupo Amor Vida é uma ONG sem vinculação político partidária e religiosa que presta gratuitamente, desde 2001, através de voluntários, atendimento telefônico à pessoa em crise emocional, com garantia de anonimato e sigilo, objetivando a prevenção do suicídio.
Não se trata de atendimento psicoterápico e sim humanitário. O usuário tem a oportunidade de desabafar com outra pessoa o seu sofrimento. Uma dor compartilhada dói menos.
Telefones: 3393-4112/ 99266-6560.